Da Redação, com agência* O uso de rejeitos de garimpo na pavimentação de estradas de chão batido pode ser uma das alternativas para reduzir os custos de manutenção e contribuir para a preservação ambiental — sendo uma maneira de realizar o descarte adequado dos materiais de mineração.
Em alguns locais, essa alternativa já é realidade. O Rio Grande do Sul, por exemplo, já adotou a prática com o uso de pedra britada — obtida a partir de rejeitos de garimpos localizados no interior de Frederico Westphalen, no Norte do Estado. Os gaúchos recuperaram, em 2019, trechos das vias das localidades de Getúlio Vargas, São João do Porto, Santos Anjos, Alto Alegre, Dal Canton e Osvaldo Cruz. De acordo com as informações divulgadas, foram revestidos com brita mais de 6 km de estradas e utilizadas 90 cargas de caminhão do produto.
Para conseguir transformar o material fruto do garimpo em algo útil para as obras de infraestrutura, é preciso utilizar um britador de pedra em rejeitos de rochas. Assim, os fragmentos de rochas duras serão classificados como pó ou britas, dependendo do tamanho final. De acordo com a especificidade de cada um, os rejeitos poderão ser separados e seguir para caminhos distintos de reutilização, como na pavimentação ou construção de imóveis.
Ainda assim, é difícil garantir que todo o material proveniente do garimpo seja descartado de forma sustentável. “A mineração é de uma magnitude inacreditável. Quando a gente fala em geração de rejeito, que vai para as barragens, nas minerações de pequeno porte, a gente fala em algo em torno de 400 toneladas de rejeito por hora. A gente não consegue consumir todo o rejeito de mineração, porque a ordem de grandeza é gigante, mas a gente consegue colocar essa condição do rejeito em maior segurança”, explica o professor do Departamento de Engenharia Civil da UFOP e coordenador do grupo multidisciplinar, Ricardo André Fiorotti Peixoto.
