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O Brasil é um dos países líderes na busca e implantação da energia elétrica sustentável, especialmente quando se trata da produção fotovoltaica. O último relatório publicado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) revelou que o país registrou um avanço significativo, adicionando 8 GW (gigawatts) à sua capacidade de geração solar durante os primeiros sete meses de 2023.

A capacidade anterior era de 24 GW no final de 2022 e hoje chegou à marca de 32 GW, segundo o estudo. Ainda conforme a pesquisa, desses 8 GW acrescidos, 2 GW foram de novas usinas centralizadas e os outros 6 GW são provenientes de micro e minigeração, como painéis residenciais.

Investimentos e criação de empregos

Ainda segundo o relatório da ABSOLAR, nos primeiros sete meses de 2023, o setor solar injetou mais de R$ 33 bilhões em novos investimentos de geração de energia fotovoltaica passando de R$ 121,1 bilhões em janeiro de 2023 para R$ 155,2 bilhões em julho, que significa um aumento de 27% nos investimentos no setor.

Fora o investimento no setor, também foram criados cerca de 240 mil novos empregos nesses primeiros sete meses do ano, esse aumento repercutiu em aproximadamente R$ 6,9 bilhões em tributos e encargos para os cofres públicos no período mapeado

Ainda estamos longe do auge

Embora o aumento da capacidade de produção seja significativo e tenha gerado investimento e geração de novos empregos, o Brasil continua longe de atingir o pico de produção.

Isso porque, segundo a ABSOLAR, das quase 100 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica existentes no Brasil, apenas 2 milhões de sistemas solares fotovoltaicos estão conectados à rede. Isso se converte em cerca de 2,9 milhões de unidades consumidoras de energia sustentável, ou seja, 2,9% das unidades são alimentadas por energia sustentável.

Esse dado mostra que ainda existe muito chão para percorrer até alcançar um alto nível de sustentabilidade.

Segundo uma pesquisa feita pelo Portal Solar, devido às pressões nacionais e internacionais para a descarbonização da produção elétrica e aumento de frotas de veículos elétricos, nos próximos 30 anos o Brasil deverá atingir a necessidade de produção de cerca de 540 GW para atender a demanda, isso significa que o mercado de energia solar deverá movimentar cerca de R$ 2,2 trilhões até 2050.

Mesmo longe já estamos entre os melhores

A Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, em inglês), fez ao final de 2022 o ranking dos países com as maiores produções de energia fotovoltaica do mundo, e o Brasil se enquadrou na 8ª posição. Apenas a título de curiosidade, em 2021 esse mesmo ranking colocou o País na 14ª posição.

Segundo o estudo, os 10 colocados do ranking são:

  1. China 392 GW
  2. EUA 111 GW
  3. Japão 78,8 GW
  4. Alemanha 66,5 GW
  5. Índia 62,8 GW
  6. Austrália 26,7 GW
  7. Itália 25 GW
  8. Brasil 24 GW
  9. Holanda 22,5 GW
  10. Coreia do Sul 20,9 GW

Vale lembrar que esse estudo é feito sempre no final de cada ano e, muito possivelmente, o Brasil pode ainda ganhar mais algumas posições (atualmente com 32 GW entraria na 6ª posição).

Os pequenos fazem diferença

Após o resultado do relatório da Absolar chega-se à conclusão de que dos 32 GW produzidos 22,6 GW são provenientes de geração distribuída e 9,4 GW de geração centralizada. Esse dado revela que os micro e minigeradores são os maiores responsáveis pela mudança do quadro energético sustentável do Brasil, a cada dia mais e mais pessoas optam por painéis de energia solar em casa, tanto pela redução de custos das contas elétricas quanto para construir um país mais sustentável.

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