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Brasileiros estão recorrendo mais a empréstimos para pagar estudos, diz pesquisa

Segundo dados da FinanZero, três em cada dez pessoas também pretendem investir em algum projeto educacional no futuro próximo

(Imagem ilustrativa/Freepik)

No mês de lançamento do programa Tesouro Educa+, que pretende lançar títulos públicos na Bolsa para financiar projetos educacionais pessoais, o número de pessoas que recorreram a empréstimos para investir em estudos foi o maior desde fevereiro, segundo dados da fintech FinanZero

Em julho, 6,5% de todos os pedidos feitos nacionalmente foram justificados com esse objetivo. Entre junho e maio, por sua vez, a taxa foi de 6,1%, enquanto abril contou com o percentual de 6% de solicitações voltadas para tal finalidade. 

O diretor operacional da FinanZero, Rodrigo Cezaretto, lembra que esse número se explica simultaneamente pela conjuntura econômica do país e a época do ano. “Vale dizer que tanto o começo quanto o meio do ano tendem a ser períodos em que as pessoas refazem seus projetos pessoais e começam ciclos novos, que vão desde viagens até planos educacionais — entre opções como cursos de idiomas, diplomas universitários ou formações de extensão, sobretudo entre aqueles que desejam mudanças na carreira”, pontua. 

Essa análise também é corroborada pelos dados da pesquisa de intenção mais recente da fintech, levantamento mensal que analisa as projeções futuras dos brasileiros quando o assunto são os empréstimos. Isso porque, em julho, 13% das pessoas ouvidas pela FinanZero indicaram cogitar recorrer ao crédito pessoal futuramente para custear despesas educacionais. Essa taxa era de 11% em junho — e chegou a ser de 9,5% em março. No primeiro mês do ano, porém, ela bateu a casa dos 16,5%.

3 em cada 10 entrevistados têm estudos como meta 

Para Cezaretto, o interesse considerável no investimento em educação ainda pode ser justificado por duas situações muito comuns entre os brasileiros: primeiramente, o fato de que muitas pessoas querem estudar, mas não possuem os recursos suficientes para tal. Em segundo lugar, certa dificuldade comum entre os universitários em se manterem na universidade, cuja mensalidade ou gastos extras muitas vezes não cabem no bolso dos estudantes. 

“Mesmo os programas sociais dedicados à educação têm enfrentado recordes de inadimplência, como o FIES, por exemplo. São pessoas que entram na universidade e se veem prejudicadas pelas mudanças no mercado de trabalho ou pelas contas domésticas ainda acumuladas”, analisa ele. 

Investir em educação também faz parte dos projetos futuros dos brasileiros — e esse desejo tem se tornado maior a cada mês deste ano. 

No relatório “Objetivos Financeiros dos Brasileiros” mais recente, iniciativa mensal também conduzida pela FinanZero, três em cada dez entrevistados (31%) responderam que pretendiam estudar ou buscar novos conhecimentos quando perguntados sobre suas metas financeiras para o próximo trimestre. É a maior taxa desde fevereiro, quando o percentual de menções à educação estava em 19,7%. 

Entre as demais aspirações, a busca por estudos aparece na sexta colocação, atrás de viajar (53%), organizar a vida financeira (45,2%), comprar um imóvel (39%) ou um carro (37,4%) e adquirir independência financeira (34,4%). 

“Esse dado é interessante porque revela que a conjuntura já não é pautada na urgência. As pessoas têm planos ligados a experiências ou consumo, tais quais fazer uma viagem ou comprar um bem durável, como um automóvel”, observa Cezaretto. “Nossa torcida é que todos consigam materializá-los”, finaliza.

Luis W.

Especialista em publicações diversas. Sempre pronto para analisar as pautas, adaptar ou ajustar os conteúdos.

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