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Taxas de juros: o que são, quais são e como funcionam

Elementos básicos da economia, os juros estão presentes na economia doméstica, no mercado financeiro, nos negócios e também na economia de países inteiros

(Imagem ilustrativa/Pixabay)

Um dos mais importantes conceitos do mundo financeiro e da economia como um todo, a taxa de juros é um termo que causa muitas dúvidas. Seja para compreender como os juros influenciam na macroeconomia e suas repercussões, ou para entender como ele age no mercado financeiro e nos investimentos, entender seu significado é fundamental.

Entendendo o que são os juros

Antes de tudo, é preciso compreender o que são os juros. Eles nada mais são do que os valores que o dinheiro recebe no decorrer do tempo. Ou seja, em um empréstimo, por exemplo, a taxa de juros corresponderá ao preço que o montante passará a ter em determinado período. Em outras palavras, pode ser visto como se fosse um aluguel pelo tempo que o dinheiro é emprestado.

Essa compensação pelo empréstimo serve como uma remuneração para quem emprestou — seja um banco ou uma financeira, por exemplo. Além disso, também tem a função de servir como uma compensação pelo risco da operação em grandeza diretamente proporcional. Isso significa que quanto maior o risco, isto é, quanto maior a chance de o emprestador não devolver o dinheiro, maiores são os juros.

No caso do mercado de investimentos, os juros remuneram o investidor. Na prática, o investidor empresta dinheiro para alguém, podendo ser até mesmo um banco — caso do CDB, o Certificado de Depósito Bancário. A taxa de juros dessa operação é predefinida, podendo ser regulada por diversos indicadores, como a taxa Selic, a taxa de juros básica do Brasil, que serve como um indicador de referência.

Principais tipos de taxas de juros

Outro aspecto importante dos juros é que eles podem ser simples ou compostos. O primeiro diz respeito a uma taxa que se mantém a mesma do começo ao fim do empréstimo ou de qualquer outra operação, sendo previamente definido e incidindo apenas sobre o valor inicial.

Já os juros compostos — também conhecido como juros sobre juros — levam em conta, além do valor inicial, também a variação que ele recebe mês a mês decorrente da própria taxa de juros. Ou seja, em um empréstimo de R$ 10.000 a uma taxa de 10% ao mês, no primeiro mês, o novo valor será de R$ 11.000. Com juros compostos, no segundo mês, a taxa de 10% incidirá sobre os R$ 11.000, e não mais sobre o valor inicial.

Outros tipos de juros também existem e são bastante praticados no mercado. Um deles é o juro de mora, ou juro de moratória, que corresponde a uma taxa cobrada sobre uma dívida que não é paga em um prazo determinado. É previsto tanto em contrato como em lei, e é uma forma de pressionar o devedor a pagar no prazo. Na prática, é uma indenização ao credor, e é bastante comum em contas de consumo e boletos.

Conexão entre os juros e a macroeconomia

Os juros também podem sofrer influência da inflação, no caso dos juros reais. Esse tipo de juros varia junto do indicador macroeconômico e incide sobre o juro nominal. Ele serve para compensar uma eventual perda ou ganho de dinheiro em um determinado tempo.

Por sua vez, a inflação interfere diretamente sobre a taxa de juros, uma vez que ela é controlada por meio da taxa Selic, ferramenta do Banco Central para controle da inflação. O BC determina uma meta para a taxa, comprando e vendendo títulos públicos para chegar a ela. Esse movimento cria alterações no mercado, e a taxa Selic pode subir ou descer. Se sobe, junto dela sobem as taxas de juros dos financiamentos, por exemplo. O contrário também se observa.

Uma Selic alta desestimula os empréstimos, pois os juros sobem. No entanto, estimula os investimentos, principalmente aplicações de renda fixa, que entregam um retorno maior para o investidor. Porém, com menos crédito barato, o mercado tende a desaquecer, pois as empresas precisam dele para crescer e investir. Assim, a inflação, a qual é o preço da moeda, tende também a cair.

Uma Selic baixa estimula a tomada de crédito, aquecendo a economia. Nesse cenário, a produção é estimulada, os preços caem e o consumo se eleva. Sendo assim, a inflação tende a subir, acompanhando a oferta maior de produtos no mercado e a geração de empregos que se sucede ao aumento da produtividade das empresas.

Juros e investimentos

Logo, a taxa Selic influencia diretamente também nos investimentos. Aqueles de taxas pós-fixadas, por exemplo, estão vinculados à taxa Selic ou mesmo ao IPCA, o índice da inflação no Brasil. Os títulos do Tesouro também utilizam ambas as taxas para remunerar seus investidores. Porém, em casos de deflação, isto é, de queda dos preços e da inflação, há perda de valor.

Conhecer os principais tipos de juros e suas funções auxilia na tomada de decisões de empresas, bancos, pessoas físicas e até governos. A fim de auxiliar nas contas, muitas ferramentas são disponibilizadas, como a calculadora de juros compostos, principalmente no que diz respeito ao planejamento financeiro, seja para fazer um empréstimo, uma compra parcelada com juros ou até mesmo investir em títulos remunerados dessa forma.

Luis W.

Especialista em publicações diversas. Sempre pronto para analisar as pautas, adaptar ou ajustar os conteúdos.

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