O Sistema de Consórcios encerrou o primeiro semestre de 2023 com mais um recorde histórico para a modalidade. De acordo com dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o setor, que obtém mais de 60 anos de história, somou 1,99 milhão de vendas de novas cotas, além de 9,67 milhões de participantes ativos no mês de junho, uma alta de 10,4% sobre os 8,76 milhões do mesmo mês no ano passado.
O levantamento aponta que os novos participantes buscaram créditos maiores, resultando no aumento de 15,5% do tíquete médio de junho, que fechou em R$ 77,85 mil. Os negócios realizados, a partir das adesões, atingiram R$ 144,00 bilhões, 20,4% acima dos R$ 119,57 bilhões anteriores. Referente às contemplações, os indicadores apresentaram alta de 8%, ultrapassando a faixa de 800 mil, enquanto os créditos concedidos aos consorciados contemplados chegaram aos R$ 39,98 bilhões, um crescimento de 17,6%.
O especialista Fernando Lamounier, especialista em educação financeira e diretor de novos negócios da Multimarcas Consórcios, explica que a modalidade tem se tornado um ótimo investimento para aqueles interessados na aquisição de bens: “Os valores de financiamento e empréstimo se tornam impeditivos para quem realmente coloca o custo da dívida na ponta do lápis. O consórcio, por não contar com juros, mas sim com uma taxa de administração, passa imune a esse fenômeno e se torna cada vez mais atrativo aos consumidores.”
Lamounier enfatiza que as altas taxas de juros cobradas pelos financiamentos comuns afastam os consumidores das modalidades de crédito, ao passo que os consórcios, na maioria das vezes, trazem mensalidades que cabem no bolso do cidadão comum: “Para fugir do crescente endividamento, os brasileiros sentem a necessidade de buscar alternativas que possibilitem a realização de seus sonhos sem ônus para as finanças familiares”.
De janeiro de 2022 a junho de 2023, o Sistema de Consórcios completou dezoito meses de crescimento no total de participantes ativos, com apenas uma retração em abril, quando somou 9,44 milhões. O segmento de veículos automotores (leves, pesados e motocicletas) foi fundamental para a marca de participantes totais da modalidade, apresentando 7,68 milhões de participantes, alta de 8,8% em relação a junho do ano passado.
No desempenho de cada segmento, a categoria de veículos leves foi a principal em números de consorciados com mais de 800 mil vendas de cotas e uma expressiva marca de R$ 46,95 bilhões em seu volume financeiro. O veículo de duas rodas obteve o segundo maior volume de participantes ativos, com crescimento de 7,9%, somando R$ 636,67 mil cotas vendidas, enquanto os veículos pesados somaram mais de 180 mil contemplações e uma disponibilização de quase R$ 6 bilhões para compras no setor automotivo e investimentos no agronegócio.
“O aumento contínuo da demanda pelo consórcio é resultado da necessidade de planejamento que está se impondo à população devido à situação financeira atual. O mercado tradicional é muito complexo e excludente e o sistema de consórcios proporciona um maior poder de compra para a aquisição do investimento”, finaliza o especialista.