Por Thais Szegö, da Agência Einstein
O que realmente funciona para amenizar as olheiras? O primeiro passo é identificar o tipo específico que você possui. Além disso, é crucial evitar esfregar os olhos e escolher a melhor estratégia de tratamento. A Agência Einstein entrevistou especialistas e traz abaixo dicas sobre o assunto:
Tipos de olheiras
Existem três categorias de olheiras: as pigmentares, que surgem devido ao acúmulo de melanina, resultando em uma coloração amarronzada; as vasculares, desencadeadas por alterações na circulação local, deixando o tecido ao redor dos olhos com uma tonalidade azulada ou avermelhada; e as estruturais, as mais profundas, que se tornam visíveis quando a pessoa possui a região ao redor dos olhos mais afundada, criando a impressão de sombra.
Hábitos e influência genética
Geralmente, há uma influência genética no surgimento das olheiras, mas hábitos como a privação de sono e o tabagismo têm a tendência de agravar a situação, comprometendo a circulação sanguínea, inclusive nas pálpebras. A
“Esfregar os olhos com força também não é indicado, pois pode causar um trauma na região, deixando-a mais pigmentada”, alerta Bárbara Miguel, dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
Além disso, a condição tende a ficar mais evidente em pessoas com a pele mais fina. O mesmo se aplica a indivíduos que emagreceram bastante, resultando na diminuição dos coxins de gordura que conferem volume ao rosto, assim como àqueles que envelheceram, enfrentando a reabsorção óssea, redução dos coxins de gordura e flacidez da pele. Esses fatores podem contribuir para a profundidade da região ao redor dos olhos.
Tratamentos e melhores cremes
No que diz respeito ao tratamento, as olheiras pigmentares podem ser combatidas com laser e microagulhamento, usando ativos com efeito clareador. Já no caso das olheiras vasculares, são recomendados tratamentos com laser e luz intensa pulsada para melhorar o aspecto dos vasos sanguíneos. O ácido hialurônico é uma opção eficaz para o tipo estrutural, pois ajuda a preencher a região e a projetá-la para frente, reduzindo o contraste entre luz e sombra e tornando as olheiras menos visíveis. Muitas vezes, o médico precisa combinar mais de um método, especialmente quando as olheiras são mistas, ou seja, com mais de um tipo.
Os cremes são bem-vindos como complemento do tratamento em todos os casos, e alguns cuidados devem ser observados ao escolher esses produtos.
“A pele das pálpebras é a mais fina do que a do corpo e tem características especiais. Por isso, ela necessita de produtos próprios e a sua aplicação deve acontecer com os dedos deslizando delicadamente de dentro para fora em cima e em baixo, sem fazer círculos em volta dos olhos, seguindo o sentido da drenagem linfática”, recomenda o dermatologista Abdo Salomão Jr, sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro da American Academy of Dermatology, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino-Americano de Dermatologia.
Rótulo do cosmético e ajuda do médico
No rótulo do cosmético, devem estar presentes substâncias como vitamina C e K, cafeína, peptídeos, niacinamida, retinol, hidroquinona, arbutin, óleos de maracujá e girassol, além do ácido hialurônico, kójico, retinóico, tioglicólico ou glicólico. No entanto, antes de escolher um para levar para casa, o ideal é consultar o dermatologista, para que ele indique as melhores opções para o seu caso, garantindo que a fórmula ofereça o melhor resultado possível e não provoque a piora da situação: “cosméticos e procedimentos inadequados podem pigmentar ainda mais a região”, alerta Salomão Jr.
Alguns cremes para olheiras vêm em embalagens diferentes, feitas de cerâmica ou com bolinhas na ponta para auxiliar na aplicação do produto. Os especialistas consideram que essas embalagens podem melhorar a experiência, proporcionar relaxamento e estimular a circulação local. No entanto, eles alertam que o design e a matéria-prima dessas embalagens não fazem muita diferença no efeito do produto. É necessário ficar atento para garantir que o material com o qual ela é fabricada não seja capaz de machucar a pele das pálpebras, o que poderia pigmentar a região, tornando as olheiras ainda mais evidentes.
No fim das contas, o que realmente faz diferença é seguir um protocolo personalizado prescrito pelo médico e aplicar o creme diariamente, duas vezes ao dia. “É importante que ele seja o primeiro passo da rotina de skin care, pois, do contrário é possível que a fórmula indicada para o resto do rosto chegue às pálpebras e, como muitas vezes ela tem concentrações mais altas de ácidos, pode provocar irritações em volta dos olhos”, alerta Bárbara Miguel, do Einstein.