A guerra na Síria, desde o primeiro impacto dos conflitos, na tentativa de derrubar o seu general Bashar al-Assad, tornou-se a maior crise humanitária do mundo. Seu início, que se deu em 2011, com os protestos populares da Primavera Árabe, resultou na expansão de uma crise generalizada, envolvendo grandes potências mundiais, como EUA e Rússia.
Com isso, a corrida contra o tempo para que habitantes da Síria tenham condições mínimas de sobrevivência, podendo proteger bebês e crianças dos impactos dos bombardeios e ameaças, se torna mais evidente com o distanciamento das ações internacionais e a omissão de socorro.
Um ditadura de forte repressão
Ao contrário do que aconteceu nos outros países árabes, que tiveram seus ditadores, como Mummar Kadafi, da Líbia, arrancados pelas mãos da própria população, infelizmente, na Síria, a ditadura permanece agindo com forte repressão.
No decorrer do processo, e na demora de resoluções democráticas e intervenções internacionais, a população precisou se armar contra o próprio governo. Com isso, a primeira revolução, instaurada em 2011, resultou em 400 mil mortos, sendo a grande maioria composta por civis.
A crise humanitária na Síria contou, ainda, com mais de cinco milhões de refugiados, que migraram para outros países na tentativa de estabelecer uma nova cidadania.
Bashar al-Assad é um ditador muçulmano da corrente alauita. Na crise, seus grupos rebeldes alternaram entre moderadores radicais, sendo eles, majoritariamente, sunitas do Islã, o que dificultava ainda mais a derrubada do representante, pois conflitos armados entre os próprios habitantes tornaram-se rotina na Síria.
Mesmo com toda essa transição e excesso de mortes ocorridas em 2011, a crise não parou por aí. O país confirmou, pela primeira vez, em 2012, a detenção de armas químicas de grande impacto nacional e internacional, algo que preocupou as autoridades norte-americanas.
Com isso, o governo dos Estados Unidos, receoso de retaliação, interveio com a força militar e ameaçou Assad caso ultrapassasse a fronteira da chamada “linha vermelha”, estabelecida pela autoridade de Barack Obama, do partido democrata dos EUA.
Conflito armado entre Síria e Estados Unidos
Para entender um pouco mais dessa história, ao ultrapassar a “linha vermelha”, A Síria realizou um ataque químico na cidade de Ghouta, nos Estados Unidos, uma pequena região controlada por rebeldes, o que resultou em mais de 500 mortos e intensificou ainda mais a crise humanitária no país.
O grande desentendimento com os EUA deixou o território sírio completamente desestabilizado e, com isso, grupos terroristas do Estado Islâmico aproveitaram para ocupar regiões do país. A partir daí, era o governo de Assad contra os vários grupos rebeldes e o Estado Islâmico.
Após este evento, Barack Obama arquitetou um ataque ao Estado Islâmico, pois o controle do país sobre grandes áreas já causava lhe muita preocupação. Na tentativa de contenção do conflito, muitas nações não quiseram se aliar a Obama. A não intervenção diplomática de outros países fez com que a crise se estendesse até os dias de hoje.
A atual situação na Síria
Hoje, na Síria, as escolas funcionam em tendas ou casas. Tudo está destruído e o país segue em ruínas. Os hospitais só atendem casos menos graves e, em situações críticas, com mortalidade já prevista, muitos pacientes acabam sendo transferidos para outras regiões que detenham um maior suporte clínico e estrutura.
Apesar do número de bombardeios ter diminuído, eles ainda ocorrem ao menos duas vezes por semana. Em situações de intenso conflito, muitos habitantes são obrigados a deixar suas casas para se protegerem.
Omissão internacional
Para muitos historiadores, o papel internacional para mediar conflitos é fundamental. No entanto, houve uma omissão, tanto dos Estados, quanto da mídia em relação à durabilidade e intensidade dos conflitos na Síria.
Poucas vezes a gravidade da situação foi levada a redes internacionais. E, por se tratar de uma região que “naturalmente” convive com intensos conflitos, o mundo acomodou-se em não se importar com problemas envolvendo o Oriente Médio.
Outra crítica feita por pesquisadores e moradores das regiões mais afetadas pelo bombardeio na Síria, é o uso de gás e outros componentes químicos vindos de outros países para tentar conter a ação terrorista. Esses agentes interventores só pioram o estado de calamidade pública em que se encontram os habitantes dessas regiões.
A Síria segue em completo estado de instabilidade política. O país depende de esforços internacionais de entidades humanas, em conjunto com a ONU, para remediar esses conflitos que tendem a se intensificar com o passar dos anos, caso ações efetivas não sejam feitas.