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Fungos da Amazônia demonstram eficácia no combate às larvas do Aedes aegypti

Descoberta poderá impactar positivamente a saúde pública em todas as regiões do país

(Imagem ilustrativa/Freepik)

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Acre (UFAC) revelou a eficácia de pelo menos três tipos de fungos presentes no solo amazônico no combate às larvas do mosquito Aedes aegypti. Ele é o principal vetor dos vírus da dengue, chikungunya, zika e febre-amarela.

A pesquisa, publicada na revista científica “Brazilian Journal of Biology”, foi coordenada pelo engenheiro florestal e biólogo Gleison Rafael Mendonça. Para conduzir o estudo, Mendonça coletou amostras de solos da floresta amazônica na região do Acre, buscando as espécies fúngicas. Além disso, coletou larvas do mosquito em ambientes peridomiciliares ao redor de residências na cidade de Rio Branco.

No laboratório, foram selecionadas 23 espécies de fungos para observar como interagiam com as larvas do Aedes aegypti. Entre as espécies testadas, cinco demonstraram eficácia no extermínio do vetor. Em seguida, os fungos foram testados em ambientes simulados para o desenvolvimento do mosquito. Três espécies se destacaram nesse ambiente simulado: Beauveria spMetarhizium anisopliae e M. anisopliae.

A região amazônica enfrenta um inverno chuvoso, propício à formação de poças de água parada. Além disso, também há a falta de produtos específicos contra o Aedes aegypti, adaptados às características climáticas da Amazônia.

Mendonça destaca a vantagem de utilizar fungos do próprio solo amazônico como matéria-prima, pois os inseticidas desenvolvidos não causam danos ambientais, como a contaminação da água. Esses fungos demonstraram eficácia, eliminando 100% das larvas de Aedes aegypti em aproximadamente três a quatro dias.

Problema de saúde pública no Norte do país

O mosquito Aedes aegypti representa um desafio significativo para a saúde pública na região amazônica, onde a escassez de pesquisas locais sobre o tema torna a busca por soluções ainda mais premente. O pesquisador, comprometido em desenvolver um produto eficaz para combater esse vetor, destaca a relevância de explorar bioativos provenientes da própria floresta amazônica.

Ele argumenta que uma substância derivada desses bioativos pode apresentar maior eficácia no controle do mosquito. Isso comparado a inseticidas desenvolvidos nos centros científicos do Sul ou Sudeste, onde há uma concentração significativa de pesquisas sobre o combate ao Aedes aegypti.

A peculiaridade dos microrganismos nativos da Amazônia, adaptados às condições únicas da região, ressalta a importância de priorizar produtos desenvolvidos a partir de estirpes locais. O pesquisador salienta que a eficácia de inseticidas provenientes de outras regiões pode ser comprometida nas condições climáticas distintas da Amazônia.

Nesse contexto, a pesquisa com as espécies de fungos identificadas como eficazes contra o Aedes aegypti ganha destaque. Isso indica, portanto, um caminho promissor para o desenvolvimento de soluções adaptadas às necessidades específicas da região. O compromisso do pesquisador da faculdade de ciências biológicas em explorar recursos locais e adaptados pode representar um avanço significativo no controle dessas enfermidades, contribuindo para a saúde e o bem-estar da população amazônica.

A continuidade da pesquisa é vital, especialmente diante da preocupação das autoridades sanitárias com o aumento constante do número de casos de doenças transmitidas pelo Aedes. Os casos de dengue, chikungunya e zika na região aumentam durante cada estação chuvosa.

Luis W.

Especialista em publicações diversas. Sempre pronto para analisar as pautas, adaptar ou ajustar os conteúdos.

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