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Na última sexta-feira (17), foi celebrado o Dia Mundial da Reciclagem. No Brasil, o tema ainda é um desafio porque muitas pessoas não entendem o funcionamento da coleta seletiva e, infelizmente, em alguns municípios essa prática nem existe. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), uma em cada quatro cidades brasileiras não possui coleta seletiva. Ao todo, são 1.425 municípios.
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Para auxiliar as pessoas que já realizam a triagem dentro das suas casas, ou que desejam começar, Fernando Beltrame, CEO da Eccaplan, especialista com mais de 20 anos de experiência em projetos de consultoria, sustentabilidade e estratégia Net Zero e mestre em compostagem pela USP, esclarece dúvidas que parecem básicas, mas que são muito importantes. Por exemplo, isopor, madeira, embalagens de salgadinhos devem ir para o lixo da reciclagem? As embalagens devem ser lavadas?
“Sim, algumas embalagens devem ser lavadas antes do descarte. Porém, mesmo que alguns municípios ainda não possuam o sistema de coleta seletiva ou que não tenham estrutura e/ou cooperativas disponíveis para reciclar diversos tipos de resíduos, o ideal é que as pessoas façam a separação dentro de suas casas. Isso fará com que elas criem o hábito de separar o que pode ser reciclado, o que já é algo extremamente positivo, principalmente para quem tem filhos e começa, desde cedo, a ensinar sobre a importância de pensar no meio ambiente”, afirma Fernando Beltrame.
Confira algumas dúvidas comuns:
Madeira: A madeira pode ser reciclada e, caso não seja reutilizada ou reciclada, pode ser direcionada para resíduo orgânico ou se for em grande quantidade é necessário descartar com uma empresa especializada.
Embalagens plásticas (iogurtes e bebidas lácteas): são recicláveis, mas é aconselhável lavar, somente com água, antes de descartar.
Embalagens de vidro (garrafas, copos, vasos etc.): são recicláveis, mas também é aconselhável lavar e, se estiver quebrado, embrulhar em papel jornal ou outro tipo para não cortar o coletor e identificar para que seja sinalizado que há resíduos cortantes.
Embalagens metalizadas (salgadinhos, chocolates, café, biscoitos): são recicláveis e se estiverem muito sujas podem ser lavadas antes do descarte.
Latas de alumínio: são as mais recicladas no país, basta limpá-las. É aconselhável não jogar outros materiais dentro da lata para não inviabilizar a reciclagem como, por exemplo, a bituca de cigarro que contamina o resíduo.
Embalagens de isopor: são recicláveis. Mas, por se tratar de um material que nem sempre chega à reciclagem, por motivos de abrangência de coleta e disponibilidade da indústria, o ideal é evitar o consumo de produtos/alimentos com este tipo de embalagem. Se consumir, descartar o resíduo como reciclável.
Embalagens de pizza: são recicláveis, porém, as partes que estiverem com muito óleo ou com restos de ingredientes difíceis de serem retirados, devem ser destacadas. Ou seja, é reciclável, mas se estiver muito contaminada é rejeito.
Embalagens de marmita metalizadas e/ou de papelão: são recicláveis e as partes metalizadas devem ser lavadas. Já o papelão, se estiver muito sujo de óleo e restos de alimentos, não deve ser descartado com os recicláveis.
Embalagens tetra pak (caixinhas de leite e sucos): são recicláveis, porém vai depender da disponibilidade da coleta local. De qualquer forma, o ideal é descartar com os recicláveis.
Pratos e xícaras de porcelana: não são recicláveis devido ao processo de queimada em fornos que os utensílios são submetidos quando fabricados. Devem ser descartados no lixo comum ou ecoponto.
Tecidos: depende da disponibilidade de coleta e reciclagem local. Se você possui roupas que não queira mais, o ideal é doar – se estiverem em bom estado, é claro. Mas, caso tenha restos de tecidos como panos de chão muito desgastados, não podem ser descartados no lixo reciclável.
Roupas íntimas rasgadas e/ou muito usadas: Buscar uma iniciativa na sua região de reciclagem textil, se não existir, é rejeito.
Espelho: não é reciclável por receber uma camada de prata metálica em sua fabricação. Se estiver inteiro, pode ser destinado para doação, se estiver quebrado, direcionado para um ecoponto.
Ampolas de remédios: não são recicláveis por estarem contaminadas e podem ser descartadas em farmácias que possuam o programa de logística reversa.
Aparelhos eletrônicos (TV, geladeira, fogão etc.): devem ser descartados em postos de coleta especializados. É preciso pesquisar o mais próximo de sua residência.
Papel higiênico: o rolinho de papelão que fica dentro é reciclável. Porém, o papel já sujo não. O “lixo do banheiro” deve ser descartado de forma comum.