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Viagens e materiais escolares puxam e-commerce para cima em janeiro

Nos últimos doze meses, o melhor desempenho permanece em novembro passado, quando o tráfego chegou a 2,81 bilhões

(Imagem ilustrativa/Freepik)

Seguindo a mesma tendência do ano passado, o primeiro mês do ano permaneceu com fluxo intenso de usuários nas plataformas do e-commerce brasileiro. De acordo com o Relatório Setores do E-commerce, foram 2,67 bilhões de visitas únicas, número 3,6% maior do que o registrado em dezembro

Já em relação a janeiro de 2023, porém, houve queda de 4%. À época, 2,78 bilhões de visitantes navegaram pelo comércio eletrônico do país. Nos últimos doze meses, o melhor desempenho permanece em novembro passado, quando o tráfego chegou a 2,81 bilhões. 

Boa parte desse resultado positivo de janeiro deste ano se deve à demanda por material escolar, já que é no primeiro mês do ano que as famílias costumam procurar pelos itens que serão utilizados durante o ano letivo nas escolas. Não é à toa, assim, que o setor de Educação, Livros e Papelaria tenha crescido 37,5% no mês – um dos maiores crescimentos registrados por um único segmento nos relatórios dos últimos meses. 

Da mesma forma, o setor de Turismo também subiu significativamente (11,5%), impactado pela demanda de férias de verão, no caso do mercado interno, ou das viagens para o exterior – que são mais comuns nessa época do ano. 

Para Diego Ivo, CEO da Conversion, os desempenhos desses setores têm efeitos diversos sobre o resultado geral do e-commerce. 

Por um lado, eles inflam com mais força as plataformas que oferecem materiais escolares ou pacotes de viagens, por exemplo, garantindo resultados já esperados por elas para o período do ano. Por outro, não impactam de forma decisiva no tráfego das marcas que conformam boa parte do comércio eletrônico brasileiro, embora tenham efeitos paralelos. 

“Janeiro é um mês específico dentro da sazonalidade do nosso varejo. Muitas pessoas estão indo atrás de produtos e serviços ligados à volta às aulas ou às viagens planejadas nos meses anteriores”, explica. “É diferente da Black Friday, quando o e-commerce como um todo percebe a quantidade de visitantes – e de conversões em vendas – subir de forma homogênea”, completa.

De fato, o desempenho dos principais players do e-commerce em janeiro foi mais de estabilidade do que de ganhos. O Mercado Livre cresceu 2%, por exemplo, enquanto a Amazon Brasil, segunda colocada no ranking das plataformas mais visitadas, subiu apenas 0,4%. Juntas, elas somam cerca de 566 milhões de acessos únicos.

(Créditos: Conversion/2024)
(Créditos: Conversion/2024)

Apesar disso, Ivo não deixa de notar como a busca por produtos fora desse escopo também permaneceu acima da média. O setor de marketplaces, por exemplo, cresceu 5,3% no mês passado, praticamente recuperando as perdas de dezembro. Com 1,17 bilhão de visitas, atingiu o melhor número dos últimos 12 meses, tirando o resultado incomum da Black Friday.

Além disso, plataformas como a Shopee, com alta de 7,7% no seu tráfego, a Magalu (11,1%) e a OLX (16%) também demonstram como os brasileiros também seguiram procurando itens distintos – desde mercadorias importadas da China até mobília para casa. 

Na contramão dos dados positivos, três setores perderam visitas em janeiro: o Infantil (-24%), o de joias e relógios (-19%) e o de calçados (-16%). Apesar dos números altos, eles devem ser relativizados com a grande base de comparação de dezembro, quando subiram muito por causa das compras de Natal.

Stanley em alta

O mês de janeiro também mostra uma mudança significativa na estrutura do Share of Search: após meses de liderança absoluta da Amazon Brasil como a marca mais procurada dentro do setor de importados e, assim, do relatório inteiro, a marca norte-americana de copos térmicos Stanley voltou à ponta: foi citada por 69% dos usuários em Presentes e Flores.

(Créditos: Conversion/2024)
(Créditos: Conversion/2024)

No entanto, esse número deve ser relativizado, já que não necessariamente a alta nas citações da marca tenha a ver com demanda pelo seu produto. Na verdade, a Stanley vem sofrendo, desde o fim do ano passado, com denúncias nas redes sociais de que os copos podem ter avarias que, entre outras coisas, liberam chumbo. A crise começou há alguns meses, nos Estados Unidos, e chegou em dezembro ao Brasil. 

É um movimento diferente do começo de 2023 quando, por causa do sucesso dos copos Stanley nas redes, eles passaram a ser muito buscados nominalmente – e lideraram o Share of Search por meses. Os próximos relatórios devem mostrar os resultados disso. 

Luis W.

Especialista em publicações diversas. Sempre pronto para analisar as pautas, adaptar ou ajustar os conteúdos.

(Imagem ilustrativa/Freepik)

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