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Cenário de crescimento: otimismo nas projeções econômicas para o Brasil e o mundo em 2024

A economia é fundamental para o país, uma vez que influencia diretamente no padrão de vida de seus cidadãos

(Imagem ilustrativa/Freepik)

A economia brasileira vem sendo alvo de debates por especialistas, como economistas e investidores ao longo dos últimos anos. Considerando o tom de otimismo nos diferentes painéis da Latin America Investment Conference, então organizado pelo banco UBS em São Paulo, o desempenho da economia brasileira para 2024 deve ser promissor. 

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), as projeções para 2024 mostram-se positivas. Conforme o relatório mais recente das Perspectivas Econômicas Mundiais, espera-se um aumento de 3,1% no PIB para este ano, em comparação com a média anterior de 2,9% projetada em outubro. Para o próximo ano (2025), a estimativa permanece inalterada em 3,2%.

É importante enfatizar que o relatório indica que essa melhoria encontra-se atrelada à resiliência dos Estados Unidos, assim como em diversos grandes mercados emergentes e economias em desenvolvimento. Além disso, os recentes estímulos fiscais na China também contribuíram para esse cenário positivo.

Esse movimento ocorre em detrimento da redução da inflação global em produtos industriais, a estabilidade dos preços das commodities metálicas e agrícolas, juntamente com a diminuição das taxas de juros nos Estados Unidos. 

Esses são, portanto, alguns dos elementos externos que devem impulsionar o desempenho da economia brasileira nesses próximos meses do ano. Todavia, é importante enfatizar, também, que ainda existe espaço para cautela. 

De acordo com análises realizadas pelo FMI, está ocorrendo uma rápida diminuição da inflação em muitas regiões. Isso ocorre devido à resolução de questões ligadas à oferta e pela aplicação de políticas monetárias mais rigorosas. As projeções indicam uma redução na inflação global, com uma taxa prevista de 5,8% em 2024 e 4,4% em 2025.

De fato, conforme o economista-chefe da Legacy Capital, Pedro Jobim, “o Brasil está bem no contexto de se beneficiar do processo desinflacionário na parte de bens”. Além disso, ainda segundo Jobim, “é muito difícil para o Brasil ir muito mal com os preços de commodities como estão”. 

A fala de Jobim refere-se à ideia de que as cotações relativas aos grãos e proteínas animais, bem como ao próprio petróleo, são elementos fundamentais na pauta de exportação no Brasil. Esses produtos se encontram bem avaliadas no mercado internacional. Portanto, como a economia brasileira depende cada vez mais dessas commodities, esse movimento mostra-se promissor para o levante econômico. 

No contexto das principais economias da América do Sul, o território brasileiro destacou-se com uma projeção 0,2 ponto percentual acima do último relatório, aumentando de 1,5% para 1,7%. Para o ano de 2025, a estimativa permaneceu inalterada em 1,9%.

De acordo com o CEO e economista-chefe da Ace Capital, Ricardo Denadai, existe a expectativa de o Brasil obter um crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). No caso, ainda há a possibilidade de um risco maior, ou seja, de que esse número seja mais alto do que o esperado. 

Conforme Denadai, “a contribuição da agropecuária vai ser menor, mas acredito que tenha um efeito multiplicador maior do que está estimado, e isso é muito significativo”. Para o economista-chefe da Ace Capital, os bancos estão demonstrando disposição para retomar a concessão de crédito. Além disso, a massa salarial é prevista para continuar aumentando, embora em um ritmo mais moderado em comparação com o ano anterior. 

Esses elementos são vistos como impulsionadores do PIB. Dentro desse contexto, observou, também, que a principal preocupação se concentra em uma potencial aceleração da inflação e nas condições do mercado de trabalho.

A influência da Selic na economia brasileira

Há uma ampla percepção de que o Copom escolherá realizar mais um corte na taxa Selic, desta vez reduzindo-a em 0,5 ponto percentual. Com isso, a discussão sobre a política monetária do Brasil se concentra no patamar que a taxa básica atingirá ao final deste ciclo. 

Afinal de contas, a taxa Selic, como referência para os juros no país, impacta diversos aspectos da economia brasileira. Seu nível afeta o custo do crédito, o consumo das famílias, os investimentos das empresas e a inflação, sendo uma ferramenta fundamental para o controle da atividade econômica e da estabilidade financeira.

Conforme a opinião da maioria dos especialistas e gestores presentes na Latin America Investment Conference, espera-se uma redução para um intervalo entre 8% e 8,5% ao ano. Denadai, em relação a isso, disse que “nesse cenário de inflação bem mais favorável, há espaço para mais cortes. A gente projeta uma Selic terminal a 8,5%, mas isso está condicionado ao cenário internacional”. 

Todavia, de acordo com Jobim, “o Banco Central está conduzindo o processo de corte de juros. A situação no ano passado estava muito adversa e foi bem-administrada pelo BC. A gente acha que o juro poderia estar caindo em ritmo mais acelerado, mas isso não vai acontecer caso a situação não mude”. 

No fim, esses especialistas formados na faculdade de economia, embora enxerguem projeções otimistas para a economia brasileira em 2024, enfatizam, também, que é preciso manter uma abordagem cautelosa diante dos desafios e incertezas que podem surgir. Especialmente porque a economia brasileira encontra-se ligada diretamente com as dinâmicas internacionais.

Aurora

Especialista em publicações diversas. Sempre pronta para analisar as pautas, adaptar ou ajustar os conteúdos.

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