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Saiba quais são os principais riscos na cadeia de suprimentos

Existem diversos riscos que podem ameaçar a boa operação de uma supply chain

Conhecer os principais riscos na cadeia de suprimentos é a melhor forma de antecipá-los para, então, com uma gestão de riscos, tomar as medidas necessárias para solucioná-los. E isso se torna cada vez mais importante à medida que empresas e lideranças reconhecem a necessidade de valorizar a sua supply chain. 

Ao pensarmos em riscos e cadeia de suprimentos, alguns problemas, mais diretos, parecem óbvios de reconhecer e contornar. Todavia, existem questões muito mais amplas e distantes de nós, como a geopolítica e cultural que também podem interferir no dia a dia da atividade logística. 

O que é a cadeia de suprimentos?

Antes de falarmos propriamente de seus riscos, vale uma síntese sobre o que é a própria cadeia de suprimentos.

A cadeia de suprimentos, conhecida como supply chain em inglês, refere-se a um conjunto de métodos e práticas que visam aprimorar a circulação de produtos em todas as fases logísticas, desde a fabricação até a entrega ao consumidor final. Em resumo, trata-se da gestão de todas as etapas pelas quais um item passa.

A logística e a cadeia de suprimentos sempre estiveram interligadas, mesmo antes do termo “supply chain” se estabelecer como conceito, há muitos anos. Afinal, a cadeia de abastecimento depende da logística para conduzir seus processos e operações. Em contrapartida, a logística sem uma cadeia de suprimentos eficiente enfrenta uma série maior de desafios e obstáculos.

Quais os principais riscos na cadeia de suprimentos?

Existem diversos riscos que podem ameaçar a boa operação de uma supply chain – e muitos deles estão relacionados ao dia a dia da cadeia, necessitando de uma análise mais específica e aprofundada para relacioná-los. Existem também aqueles chamados de “principais”, justamente por envolverem questões mais amplas e que podem interferir na rotina de um modo geral. Vamos a eles. 

1. Riscos logísticos

Ano após ano, os problemas de transporte logístico ocupam os noticiários, seja em terra, ar ou mar. Casos como greves de caminhoneiros, fechamento de portos e até mesmo o histórico caso do navio que encalhou e bloqueou por dias o Canal de Suez são alguns exemplos de danos à logística global – consequentemente, à cadeia de suprimentos. 

Apesar de muitas situações não serem passíveis de se evitar, o fato é que elas podem ser minimizadas. Para tanto, as empresas devem atentar-se às dinâmicas de seus modos de transporte, utilizando tecnologia para obter informações em tempo real. Além disso, automatização de processos, colaboração entre equipes via nuvem e padronização das documentações de fretes também auxiliam na mitigação do risco.

2. Ameaças digitais

As vantagens de uma cadeia de suprimento conectada e que utiliza ferramentas digitais são indiscutíveis. Todavia, assim como tudo que opera em nuvem e com dispositivos conectados, a supply chain não está imune aos riscos de ameaças cibernéticas. A solução para mitigar esses riscos é atentar-se ao escolher soluções de softwares, optando por aqueles com mais recursos de segurança cibernética integrados para lidar com potenciais ataques criminosos. 

Outra solução é investir em treinamentos de segurança digital para os colaboradores que atuam na linha de frente dos sistemas e processos, bem como otimizar a utilização de dispositivos e programas, reduzindo os riscos de incidentes cibernéticos.

3. Questões geopolíticas

Como diz o ditado, a política está em tudo e em todos, e isso inclui também a cadeia de suprimentos. Questões geopolíticas podem interferir no suprimento de energia e matérias-primas ao redor do mundo, impactando assim a logística de produção da supply chain. Em um levantamento realizado pela SAP em 2022 sobre cadeia de suprimentos, a agitação política (58%) foi o principal problema apontado por líderes do segmento, seguida pela falta de matéria-prima, mencionada por 44% dos entrevistados.

Todavia, mesmo em momentos de agitação geopolitica a nível local ou global, é possível às empresas do ramo manterem suas linhas de produção e supply chain a partir de algumas estratégias. A mais importante é mapear, monitorar e analisar a exposição de um empreendimento a esses riscos em todos os seus elos da cadeia de suprimentos para, quando necessário, lidar com agilidade aos imprevistos. Como exemplo, é possível mencionar uma cadeia de fornecedores mais diversificada, com monitoramento em tempo real, para viabilizar rápidas mudanças estratégicas em caso de falta de suprimentos. 

4. Questões econômicas

Aumento da inflação, ameaças de recessão e problemas econômicos costumam representar riscos na cadeia de suprimento e seu bom funcionamento. Prevalecer em tempos de agitação econômica pode ser desafiador, e, para tanto, é preciso ter visão de negócio e responsividade. Cabe às lideranças buscar antecipar-se às turbulências econômicas com previsões futuras, funções analíticas de dados em tempo real e análise de mercado. 

Existem diversas soluções digitais no mercado capazes de oferecer poderosas ferramentas de planejamento, análise e previsões,. Entre elas, a chamada “tecnologia de gêmeos digitais”, que possibilitam recriar digitalmente uma cadeia de suprimentos para simular seu desempenho em diferentes cenários econômicos. 

5. Demanda volátil

É cada vez menor o ciclo de vida dos produtos utilizados cotidianamente. Isso é consequência direta da velocidade com que novas tendências e produtos surgem, fazendo com que os consumidores queiram adquirir tais itens da forma mais rápida possível. Quando uma cadeia de suprimento é capaz de lidar com o ciclo de vida de seus produtos, cada vez mais curto e complexo, isso pode ser vantajoso e lucrativo. Ao contrário, porém, quando não está preparada, os problemas são diversos. 

É preciso integrar as operações, coletando dados de tendências de mercado e clientes por meio de pesquisas e levantamentos. Essas informações, por sua vez, devem ser utilizadas para o desenvolvimento e ajuste de produtos de forma ágil, sempre atento à eficiência e sustentabilidade. Aliado a um bom marketing e processos de venda, chega o momento, então, de inserir os novos produtos ao mercado. 

Conforme evidenciado acima, tudo isso só é possível por meio de análise e coleta de dados, e da integração de uma cadeia de suprimentos com todos os setores relacionados ao mercado.

Nax R.

Colaboradora do Folha Geral. O conteúdo é de inteira responsabilidade da autora e não expressa a opinião do Folha Geral

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