em

Visita de Dilma a Washington pode ter mudado posição do Brasil em relação à Síria

Em votação ocorrida ontem no Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Brasil mudou seu voto e apoiou uma resolução das Nações Unidas de condenação tanto ao Governo de Bashar al-Assad quanto a outros grupos que atuam no conflito da Síria O voto brasileiro surpreendeu, por ter significado uma mudança na posição da diplomacia do […]

Em votação ocorrida ontem no Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Brasil mudou seu voto e apoiou uma resolução das Nações Unidas de condenação tanto ao Governo de Bashar al-Assad quanto a outros grupos que atuam no conflito da Síria

© AFP 2015/ BRENDAN SMIALOWSKI
© AFP 2015/ BRENDAN SMIALOWSKI

O voto brasileiro surpreendeu, por ter significado uma mudança na posição da diplomacia do país, que em março deste ano se absteve em relação a uma resolução da ONU sobre o mesmo assunto, para condenar Al-Assad. O Professor Jonuel Gonçalves comentou o episódio para a Sputnik: “Tenho a impressão de que o Brasil está mudando sua política exterior. A aproximação com Washington está tendo efeitos muito imediatos”.

A resolução aprovada ontem – 29 votos favoráveis, 12 contra e 6 abstenções –, segundo seu texto, “condenou energicamente as violações generalizadas e sistemáticas de direitos humanos cometidas pelas autoridades sírias e milícias pró-governamentais”.

Apesar do voto favorável, a diplomata Regina Dunlop, embaixadora do Brasil na Organização das Nações Unidas, ressaltou que o texto final da resolução não atende a alguns dos seus propósitos, já que não alerta para a violência cometida pelos grupos de oposição na Síria. “Não podemos passar a impressão de que existem atrocidades piores do que outras”, disse ela.

Contra a resolução, apresentada, entre outros países ocidentais, pelo Reino Unido, votaram Rússia, China, Venezuela, Cuba e mais 8 nações. “Os autores da proposta estão com posições políticas”, disse o representante russo. “Comparar Assad com o Estado Islâmico é hipocrisia, porque Assad está lutando contra o Estado Islâmico, que é a maior ameaça para a humanidade agora”.

Alguns analistas internacionais observam que a mudança de sinalização no voto do Brasil com relação à questão da Síria coincide com a conclusão da visita da Presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos. Teria a diplomacia brasileira alterado seu ponto de vista sob influência das conversações com Barack Obama em Washington?

O Professor Jonuel Gonçalves, especialista em políticas do Oriente Médio, comenta: “Se há influência direta dos Estados Unidos, não podemos dizer, mas que essa aproximação com os EUA leva a outras mudanças de posição do Brasil, é muito provável. É claro que precisamos de mais tempo e de mais indicadores para fazer essa afirmação de forma segura. mas já na reunião da Cúpula das Américas, no Panamá, o Brasil teve uma posição muito moderada em relação aos EUA, não participou das críticas que foram lançadas pelo Equador e pela Argentina. Depois, foi a forma como se passou a visita da Presidenta Dilma Rousseff a Washington, também com uma grande troca de amabilidades em relação a Barack Obama, que logicamente aproveitou. E agora o Brasil se aproxima da posição ocidental no sentido de considerar que o Governo sírio e as milícias que dependem dele são os principais responsáveis pelas violações de direitos humanos na Síria”.

Sobre o teor da resolução que teve o apoio do Brasil, o Professor Jonuel Gonçalves diz que “é lógico que sabemos agora que diversas milícias de oposição também fazem violações brutais dos direitos humanos. Digamos que a observação russa tem sentido nessa matéria. Os russos dizem que também deveria haver uma condenação do próprio Estado Islâmico. Os ocidentais argumentam que o EI está mesmo combatendo no norte da Síria e no Iraque. Fica uma situação diplomática que não está muito esclarecida. A abstenção do Brasil em março parecia um contrassenso. Um país democrático não pode se abster quando as violações de direitos humanos vão ao nível sangrento em que estava na Síria”.

Por Sputnik

Da Folha Geral, em Salvador*

*Com colaboração de (agência, assessoria ou especialista)

Ex-sedutora do Teste de Fidelidade, Ana Paula Saad revela que já foi traída

Fã de Guerrero, faz ensaio especial para comemorar a conquista do Peru na Copa América