O ano de 2024 começou com uma epidemia inesperada de dengue, afetando todo o território nacional e registrando uma alta histórica em diversos estados. Até o momento, os mais afetados foram Acre, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro — que entrou em estado de emergência devido ao aumento descontrolado de diagnósticos.

Em todos esses estados, o número de casos registrados em apenas um mês se aproxima ou supera a metade do total acumulado ao longo de 2023 inteiro. Em Goiás, já são 22.275 casos registrados e duas mortes decorrentes da doença, representando um aumento de 58% do mesmo período de 2023. 

Já em Minas Gerais, foram registrados 64.724 casos prováveis e 23.389 diagnósticos confirmados, com um óbito confirmado até o momento. O Distrito Federal acumula 29.492 casos e seis mortes. Os menores números estão no Acre, que até então contabilizou 2.532 diagnósticos.

Já o Rio de Janeiro está vivendo sua maior crise registrada em relação à dengue, com mais de 10 mil casos e 362 internações – quase metade dos números apresentados ao longo de todo o ano de 2023. A zona oeste do estado tem sido a mais afetada, muito devido a suas condições climáticas, que favorecem a proliferação do mosquito. A combinação de altas temperaturas com chuvas frequentes facilita a ação do Aedes Aegypti.

O Ministério da Saúde já está planejando uma grande campanha de vacinação contra a dengue, de início priorizando os estados e municípios mais afetados pela epidemia. A primeira remessa da vacina, com 720 mil doses cedidas gratuitamente pelo laboratório japonês Takeda Pharma, já chegou ao país no fim de janeiro. A segunda remessa prevê mais 600 mil doses, totalizando 1,32 milhão.

O governo também já confirmou a compra de 5,2 milhões de doses, que, somando às outras duas remessas, garantem 6,52 milhões de vacinas distribuídas ao longo do ano. A vacina da dengue é distribuída em duas doses, sendo necessário um intervalo mínimo de 90 dias entre cada uma; sendo assim, a iniciativa pública garantirá uma cobertura de 3,2 milhões de pessoas vacinadas até o fim do ano.

Como prevenir a doença?

A dengue é uma doença transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti, que se prolifera em lugares com água parada. Qualquer armazenamento de água é o suficiente para a espécie procriar e botar seus ovos, o que reforça a necessidade de as pessoas eliminarem esses reservatórios durante os períodos de crise.

Os sintomas apresentados costumam variar conforme o organismo, mas não é incomum que algumas pessoas apresentem um quadro grave. Febre alta, dor nas articulações, dor atrás dos olhos, dor de cabeça, falta de apetite e manchas vermelhas no corpo são algumas das reações mais comuns, em alguns casos sendo necessária a internação do paciente.

O combate ao mosquito e à dengue é um trabalho coletivo, que exige a conscientização e participação de toda a população. Os profissionais graduados na faculdade de gestão ambiental recomendam medidas para impedir e controlar a proliferação do Aedes Aegypti. O primeiro passo é eliminar as fontes de água parada das casas — o que inclui tampar piscinas e caixas d’água — e qualquer reservatório exposto, como garrafas e vasos de plantas. 

Colocar telas nas portas e janelas da casa também é uma medida eficiente para reduzir a quantidade de mosquitos que entram no recinto. O uso de repelentes é recomendado, pois a ação desses produtos também afeta a espécie do Aedes Aegypti. Contudo, é importante reforçar que nenhum repelente é 100% eficaz, tornando necessário combinar a medida com as outras opções.

Até que a epidemia seja controlada, é essencial que todos se protejam e façam de tudo isso um hábito, principalmente aqueles que vivem nas zonas de risco.

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