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Hanseníase atinge 30 mil brasileiros anualmente

Estigmatizada no passado como “lepra”, denominação da doença até 1995, hanseníase infecta sobretudo a população dos estados de Pernambuco, Ceará, Mato Grosso e Amazonas

Você sabia que janeiro foi o mês da campanha de combate à hanseníase? Chamada de “Janeiro Roxo”, a campanha teve o intuito de conscientizar a população a respeito da doença, antigamente chamada de “lepra”, que foi estigmatizada no passado devido ao seu contágio por vias aéreas. A campanha de combate à hanseníase também alerta sobre a escassez dos medicamentos que tratam a doença nos estados mais atingidos por ela: Pernambuco, Ceará, Amazonas e Mato Grosso.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), mais de 30 mil pessoas por ano são contaminadas por hanseníase no Brasil. A contaminação, como foi dito anteriormente, se dá por vias aéreas e acomete principalmente pessoas que moram em casas pequenas, de um ou dois cômodos, com vários familiares. A aglomeração de pessoas sem ventilação em um só lugar é um prato cheio para a infecção – e é por isso que as populações mais vulneráveis são as que mais se contaminam. 

Teste de hanseníase (Foto: Prefeitura de Jundiaí/SP)
Teste de hanseníase (Foto: Prefeitura de Jundiaí/SP)

A doença se inicia a partir da infecção por Mycobacterium leprae (ou bacilo de Hansen), uma bactéria. As principais manifestações da doença são as manchas na pele, que apresentam alteração de sensibilidade – a pessoa infectada não sentirá dor, por exemplo, ao expor a parte infectada a um calor extremo, mesmo que a pele se queime. Também podem aparecer caroços ao redor do corpo, perda de tônus muscular e pontadas nos pés e nas mãos. As partes do corpo geralmente mais afetadas pela doença são as mãos, os braços e as pálpebras.

Como se trata de uma bactéria que acomete principalmente pessoas mais pobres, ainda há pouco investimento por parte da indústria farmacêutica para fabricar mais medicamentos – visto que não gera lucros –, e é por isso que o Sistema Único de Saúde (SUS) é imprescindível para o tratamento das populações mais atingidas pela hanseníase. 

O diagnóstico é feito clinicamente e epidemiologicamente, sendo a doença identificada por exame físico. É comum as pessoas confundirem a hanseníase com a psoríase, já que esta última também se manifesta a partir de manchas no corpo, porém é muito importante ressaltar que as manchas causadas pela hanseníase têm alteração de sensibilidade de tal forma que podem, inclusive, afetar a transpiração do local.

O tratamento é feito em casa, sem a necessidade de isolamento social dos infectados, pois, assim que se inicia o tratamento, os pacientes deixam de transmitir a doença. Para se tratar, a pessoa infectada deve comparecer a uma unidade básica de saúde somente para o diagnóstico da doença e para tomar as medicações. A cura completa se dá em um prazo de seis meses a um ano, aproximadamente, e o tratamento completo pode ser feito de forma gratuita no SUS.   

Da Redação, com agência*

*Com Agência de Notícias

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