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No Japão, cientistas criam roupa ar-condicionado que promete reduzir a temperatura corporal

A inusitada invenção conquistou o governo japonês, que chegou a encomendar meio milhão de peças a empresa que desenvolveu a tecnologia

Atualmente, as pessoas querem resolver empecilhos da maneira mais prática possível. Pensando nisso, um inventor de origem japonesa criou uma tecnologia inusitada para driblar o calor: a roupa ar-condicionado.  

Hiroshi Ichigaya, ex-engenheiro da Sony e responsável por desenvolver a tecnologia, batizou a invenção e a sua empresa de Kuchofuku, que traduzido para o português significa roupa com ar-condicionado. Ele possui a patente do traje famoso na Terra do Sol Nascente.

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Roupa ar-condicionado para dias quentes 

“As pessoas me perguntam por que eu iria querer usar uma jaqueta quando está tão quente? Eu digo a eles, porque é mais legal do que estar sem roupas”, afirmou Ichigaya em entrevista ao portal norte-americano ABC News

A ideia e o primeiro modelo surgiram em 2004, após uma viagem de Hiroshi Ichigaya ao sudeste do continente asiático. Porém, o sucesso veio em 2012, justamente nos meses após o acidente nuclear de Fukushima. 

Presente nas indústrias japonesas, mas também no dia a dia

Mais de 1000 empresas são clientes da marca criada por Hiroshi, principalmente do ramo da siderurgia, construção civil e montadoras automobilísticas, como a Toyota. 

Elas compram as jaquetas para que seus funcionários consigam trabalhar sem sentir os efeitos do calor dentro das fábricas. Mesmo refrigerando, a invenção também serve para proteger os trabalhadores de possíveis acidentes durante o expediente. 

Comercializada nas versões jaqueta e camisa, a invenção também pode ser utilizada no dia a dia.  “Eu uso isso em casa, quando estou fazendo as tarefas. Eu gosto de como a temperatura permanece a mesma onde quer que eu vá”, disse Akiko Tanaka, funcionária da Kuchofuku na cidade de Toda, próxima a capital Tóquio.  

Design, funcionamento e preço 

Visualmente, a jaqueta tem aspecto bufante. Enquanto que a camisa tem um visual menos chamativo. O design da peça contém dois pequenos ventiladores embutidos na lateral do revestimento. 

Os mecanismos foram instalados estrategicamente atrás da jaqueta, na parte inferior, perto da região da cintura. Assim, eles puxam o ar de fora para dentro, ajudando a evaporar o suor e proporcionando um sistema de refrigeração individual. 

A ideia de Hiroshi Ichigaya é garantir conforto mesmo em ambientes com temperaturas de até 88ºC e com 59% de umidade. No que diz respeito, o inventor da roupa ar-condicionado escolheu baterias de lítio, que garantem autonomia de até 11 horas. 

Sobre o preço, a Kuchofuku disponibilizou os primeiros modelos por 140 dólares em lojas online. Não apenas empresas e pessoas comuns, como o governo japonês também fizeram pedidos à empresa. Segundo o próprio o inventor da tecnologia, o gabinete do primeiro-ministro encomendou meio milhão de jaquetas. 

Vale destacar que além do Japão, a China também elaborou um sistema pessoal de refrigeração. 

Pesquisadores desenvolvem pulseira ar-condicionado

Um grupo de pesquisadores, com liderança chinesa, anunciou a invenção de uma pulseira que consegue realizar a geração de energia a partir do calor humano. Para isso, a equipe utilizou o tecido termoelétrico, conhecido por ser flexível e maleável. 

Tudo funciona a partir da diferença de temperatura dos materiais, que resulta na  tensão elétrica. O calor passa de um lado para o outro assim que o material recebe a tensão. Desse modo, acontece a criação de energia. 

“Parece uma pulseira normal, quando usada no pulso. Os têxteis podem ser uma boa base para dispositivos vestíveis. Podemos usar fios e tecidos termoelétricos para fazer um gerador confortável, que pode criar eletricidade e ajustar a temperatura do corpo”, disse Zhang Kun, professor da escola de têxteis da Universidade de Donghua, Xangai, e um dos autores da pesquisa. 

Kun também ressaltou a possibilidade de utilizar o mesmo sistema da pulseira em um traje flexível, que pode ser considerado a evolução das jaquetas japonesas, e promete diminuir a temperatura corporal em até 15ºC. 

Ar-condicionado vestível da Sony 

Voltando ao Japão, a Sony lançou o Reon Pocket, um dispositivo portátil com objetivo de resfriar o corpo do usuário. A tecnologia permite resfriamento em até 13º C e aquecimento em até 8º C. Tudo é controlado por smartphones com sistemas Android ou iOS. 

O uso exigia uma camiseta especial, também pensada pela Sony. Nela existe um bolso localizado na região das costas, onde o dispositivo é colocado. Vale destacar que a empresa japonesa já lançou o Reon Pocket 2. A segunda geração do aparelho é mais potente e pode ser utilizada em qualquer camiseta. 

O mundo está cada vez mais quente 

Afinal, o que motiva empresas e pesquisadores a criarem alternativas para diminuir os impactos do calor?  

No ritmo atual, cerca 2 bilhões de pessoas viverão em locais com temperaturas médias acima de 29ºC até o ano de 2070, segundo o artigo da revista PNAS. Além disso, o mesmo estudo aponta que o mundo caminha para um aumento médio de 2,1ºC a 3,9ºC até 2100. 

Portanto, fica claro que a temperatura estará cada vez mais quente nas próximas décadas. Isso se as nações não cumprirem com as metas estipuladas no acordo climático aprovado pela União Europeia, que tenta frear a degradação até 2030.

*Colaboração de Hedgehog Digital

(Imagem ilustrativa/Freepik)

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