em

Monkeypox em animais: primeiro caso é confirmado em cachorro

No entanto, ainda não se sabe se o posto também pode acontecer, ou seja, a transmissão do animal para o humano

Cientistas franceses da Universidade Sorbonne, em Paris, confirmaram o primeiro caso de monkeypox, popularmente conhecida como varíola dos macacos, em um cachorro. O relato foi publicado em 10 de agosto, no periódico científico The Lancet, um dos mais importantes do mundo.

Após um teste confirmar a presença do patógeno no cão, os cientistas colheram amostras de um dos seus donos e realizaram o sequenciamento genético. Os resultados confirmaram que os vírus eram idênticos e, portanto, confirmaram a transmissão de humano para animal. No entanto, ainda não se sabe se o oposto também pode acontecer, ou seja, a transmissão do animal para o humano. 

Com base na confirmação do caso, as autoridades de saúde pública mudaram algumas de suas recomendações. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, por exemplo, atualizou a sua lista de espécies que podem ser contaminadas pelo vírus. Além disso, orientou que todas as pessoas com casos confirmados evitem contato com os seus pets até que estejam recuperadas totalmente.

Aqui, no Brasil, o primeiro caso de animal contaminado com a varíola dos macacos foi confirmado há poucos dias, no estado de Minas Gerais. O diagnóstico foi atestado pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). O cão filhote de cinco meses teve contato com um caso confirmado para a doença, e o seu dono apresentou sintomas tais como coceira e lesões típicas da monkeypox. Ambos, dono e cão, passam bem.

A orientação dada pelas autoridades de saúde ao dono do cão foi manter o animal em isolamento e criar medidas sanitárias para a sua rotina de alimentação.

Apesar da informação inédita, membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram não estar surpresos. Para a médica Rosamund Lewis, perita técnica da OMS sobre a monkeypox, em relato ao jornal The Washington Post, “esse é o primeiro incidente do tipo, e ainda estamos aprendendo sobre a transmissão desse vírus de humanos para animais”.

Hoje, o Brasil registra mais de 4 mil casos confirmados. A principal forma de contágio é por meio do contato direto com a pessoa contaminada, chamado de “pele a pele”. Isso pode acontecer a partir do contato direto com as lesões cutâneas da pessoa infectada, pelo toque em objetos que foram utilizados por alguém com a doença ou pelo contato com secreções respiratórias. 

Considerando o primeiro caso confirmado de monkeypox por um animal, os profissionais da faculdade de medicina veterinária agora devem igualmente estar atentos aos sintomas de cães que visitam os seus consultórios.

Laura Fassina

Colaboradora do Folha Geral - cada publicação é de responsabilidade da autora

(Imagem ilustrativa/Freepik)

7 erros para evitar na decoração da casa

(Imagem ilustrativa/Freepik)

Perfumes para presente: conheça 4 conselhos para não errar na escolha