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Dormir mal à noite, aumenta gordura ligada a doenças cardiovasculares

O resultado da pesquisa foi publicado no Journal of the American College of Cardiology

Ilustração. Foto: Arquivo Folha Geral/Freepik

Embora cada indivíduo tenha um organismo diferente, recomenda-se uma noite de sono entre sete e nove horas por dia. Sabemos, no entanto, que nem sempre isso é possível, por vários motivos. Uma noite mal-dormida pode acarretar diversos efeitos negativos no dia seguinte: mau humor, cansaço e sonolência, para citar apenas alguns. 

Como se os efeitos já conhecidos não bastassem, um novo estudo descobriu que o sono insuficiente está ligado a um aumento no acúmulo de gordura abdominal. A pesquisa, que contou com 12 voluntários saudáveis e não obesos, durante um período de 21 dias, chegou à conclusão que a falta de sono suficiente estava ligada a um aumento de 9% na área total de gordura abdominal e um aumento de 11% na gordura visceral abdominal. 

Enquanto a gordura é normalmente depositada sob a pele, não dormir o suficiente pode movê-la mais profundamente para as áreas viscerais ao redor dos órgãos, dizem os pesquisadores, onde ela pode potencialmente causar mais danos. Esse tipo de gordura visceral que se acumula no interior do abdômen em torno dos órgãos internos está diretamente relacionada ao risco de doenças cardiovasculares e metabólicas.

O resultado da pesquisa, que foi conduzida pelos pesquisadores da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, foi publicado no periódico científico Journal of the American College of Cardiology.

Os voluntários da pesquisa foram divididos em dois grupos, sendo que um grupo dormia nove horas por noite e o outro, apenas quatro horas, ao longo de duas semanas. Os testes foram repetidos três meses depois, com os participantes trocando de grupo.

Além das diferenças no acúmulo de gordura visceral, os pesquisadores notaram que os participantes que estavam dormindo menos também estavam consumindo em média mais de 300 calorias extras por dia, ingerindo cerca de 13% a mais de proteína e 17% a mais de gordura. O gasto de energia permaneceu praticamente o mesmo.

Ao longo do estudo, a equipe monitorou a ingestão e o gasto de energia, o peso e a composição corporal, a distribuição de gordura (incluindo gordura visceral) e os biomarcadores de apetite.

Sabemos que a medicina já descobriu que dormir o suficiente é importante para as funções cerebrais, como a memória, e para uma série de outras razões de saúde física e mental. O que este estudo inédito ajuda a mostrar é que também pode haver muitos efeitos em termos de outros riscos à saúde.

Laura Fassina

Colaboradora do Folha Geral - cada publicação é de responsabilidade da autora

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