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Por que alguns jovens estão optando por interromper a puberdade?

Tratamento hormonal interrompe processo natural em meninas e em crianças transgênero

(Imagem ilustrativa/Freepik)

A puberdade é uma fase natural da vida na qual deixamos a infância e adentramos a adolescência. O período é marcado por uma grande revolução hormonal, que modifica todo o corpo e mexe com as emoções. Nas meninas, temos alterações como a menstruação, o surgimento dos brotos mamários e pelos pubianos; nos garotos, o engrossamento da voz e o aumento dos pelos corporais.

Mas essa fase da vida tem acontecido de forma precoce em algumas crianças e pode causar consequências negativas na sua saúde.

Menstruação antes dos 8 anos, não!

Algumas meninas têm apresentado indícios de maturação sexual muito precocemente. Sem o tratamento adequado, elas acabam menstruando antes dos 8 anos de idade, o que atrapalha todo o seu desenvolvimento.

Além de não terem maturidade emocional para lidar com as alterações no corpo e com a responsabilidade que o “ficar mocinha” traz, a menstruação precoce também prejudica o avanço ósseo e a estatura das meninas.

Disforia de gênero

Em todo o mundo, os bloqueadores hormonais têm sido prescritos para crianças que não se identificam com o gênero com o qual nasceram, ou seja, elas têm sofrem por não se sentirem compatíveis com o sexo de nascimento.

No Brasil, um dos hospitais de referência nesse tipo de tratamento, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, fornece terapia hormonal às crianças transgêneras. Essa assistência é realizada a fim de que as crianças atrasem a puberdade e possam receber orientação psicológica para lidar com a questão, sobretudo a de identidade de gênero. Além de, nos casos de opção pela transição, elas passem pelo processo com menor necessidade de cirurgias.

Reportagem divulgada pelo site de notícias BBC Brasil destaca que a incongruência de gênero não tem nada a ver com a orientação sexual.

Quem trata

O tratamento com bloqueadores hormonais para interromper o início da puberdade deve ser feito por uma equipe multidisciplinar.

Além do médico pediatra que acompanha a criança, são indicados também o endocrinologista e até o ginecologista, além de psicólogos e terapeutas.

O tratamento é feito com injeções mensais e exames de sangue periódicos para acompanhar quanto o corpo reage à medicação. Em geral, a terapia é seguida até a criança atingir 16 anos.

O medicamento age diretamente no hipotálamo, evitando que a hipófise libere os hormônios sexuais que desencadeiam a puberdade. Há efeitos colaterais transitórios, como cefaleia, ondas de calor e depressão, mas que, geralmente, somem rapidamente. Ao final do tratamento, a menstruação ocorre entre 6 e 12 meses e a puberdade tem progresso normal.

O apoio da família

Independentemente de qual seja o motivo que levou a criança a precisar do tratamento para bloquear a puberdade — se iniciação precoce dos sinais do corpo ou disforia de gênero —, o papel da família é essencial para a adesão ao método.

Carinho e compreensão, diálogo aberto e paciência devem permear o dia a dia da família que passa por esse tipo de tratamento. Os pais, cuidadores e demais membros, como irmãos e até avós, também podem buscar apoio psicossocial para saber como lidar com a situação e como ajudar a criança que passa pelo procedimento.

É preciso acabar com os tabus e encarar a terapia com naturalidade. A puberdade é uma fase natural e de diversas descobertas na vida de qualquer pessoa. Tanta novidade, por si só, assusta e traz responsabilidades. Por que não fazer o período mais leve?

(Imagem ilustrativa/Divulgação)

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