em

Rebeldia infantil pode estar relacionada a ausência dos pais, afirma especialista

Evelyn Stam, especialista em crianças superdotadas, avalia comportamentos infantis como a rebeldia

Ilustração (Foto: MF Press Global)
Ilustração (Foto: MF Press Global)

Cuidar de uma criança ou um adolescente rebelde é geralmente sinônimo de muito trabalho e pode acabar sendo esgotante para os pais que tem de lidar com um filho que não acata normas nem aceita limites. No entanto, nem todas as crianças rebeldes, desobedientes e desafiantes o são devido a uma necessidade constante de explorar os limites (tanto seus como nossos), mas também por motivos relacionados aos próprios pais.

A terapeuta familiar e especialista em educação infantil Evelyn Stam relata que muitas vezes a rebeldia infantil e suas variações na adolescência podem estar relacionadas a ausência dos pais: “Filhos que encontram atenção e aconchego nos pais, que recebem carinho, que tem pais que separam um tempo especial para brincar ou fazer uma caminhada são mais seguros da importância do meio em que vivem e da família da qual fazem parte. Por isso encontram felicidade e recompensa na aprovação dos pais. Logo ficam felizes em obedecer e colaborar porque o relacionamento com os pais é muito importante para eles”.

Entendendo as crianças à partir da perspectiva da vida adulta

Evelyn Stam também aponta que este comportamento de rebeldia e busca por quebrar as regras podem ser compreendidas com a comparação de hábitos da vida adulta: “Imaginemos um esposo que acaba de chegar em casa e já vai falando para a esposa ir colocando a mesa e limpando a pia. O esposa olha torto, o marido já fala mais alto e a cena segue. Se você simpatizou com a esposa e acha que o marido deveria ter falado com um pouco mais de carinho e que ele deveria ter se mostrado interesse pelo dia dela antes de pedir alguma coisa, então você está pronto para a nossa cena final: a que termina com todo mundo feliz. Agora o pai e a mãe entram na sala e o filho está vendo televisão. O pai pergunta o que o filho está assistindo. A mãe comenta que não conhece esse programa e pergunta do que se trata. O filho responde, animado com o interesse dos pais em saber do que ele gosta. Os pais pedem para que ele pause o programa e ponha a mesa, enquanto conta mais sobre o programa. Todos opinam, conversam, enquanto cumprem as tarefas da casa. Na terceira cena o pedido é o mesmo, mas o que acontece antes é completamente diferente e é isso que determina o resultado. Estamos preocupados em comandar os nossos filhos, mas deveríamos investir mais tempo nos conectando a eles.”

Confiança como ponto de partida para a obediência

A especialista pondera que o grande segredo para ter filhos mais obedientes é estimular e inspirar a confiança: “Nós já nascemos programados para testar a qualidade das relações que permeiam as nossas vidas. É o que nos dá segurança e o que nos faz pertencer a um grupo. Viu o quanto isso é importante? A sua família é o grupo mais importante que os seus filhos vão ter na vida. E eles tem que se sentir seguros no relacionamento familiar para sentir que pertencem àquela família.”

Ilustração (Foto: Pixabay)

Saiba como fazer um planejamento financeiro eficiente para vencer a crise

Ilustração (Foto: Arquivo Folha Geral/Freepik)

Como economizar combustível ao dirigir