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Síndrome de Boreout: tédio no trabalho pode afetar saúde mental

Sensação de desvalorização pode levar a quadros de ansiedade; projetar outros caminhos profissionais e procurar ajuda médica podem ser chave para superar esse quadro

Imagine essa situação: você completa todas as atividades pedidas pelo seu chefe em duas horas de um dia de trabalho e precisa cumprir as seis horas restantes do dia útil. Parece algo invejável, mas para algumas pessoas essa desocupação pode virar um tédio crônico e gerar algum nível de ansiedade. Junto com isso, também vem o sentimento de desvalorização. 

O tédio gerado por essas situações ficou conhecido como Síndrome de Boreout, e a expressão deriva da palavra inglesa “boring”, que significa “entediado”. Para alguns psicólogos, esse tipo de situação pode ser tão prejudicial como a Síndrome de Burnout, que é um esgotamento devido ao excesso de trabalho. 

Erroneamente, acreditamos que um funcionário entediado, com tempo sobrando, se dedica mais às tarefas quando for solicitado, porém, de acordo com estudo da Universidade de Lancashire, na Inglaterra, pessoas entediadas e que se sentem desvalorizadas no ambiente de trabalho cometem mais erros e possuem um insatisfatório desempenho profissional. 

É necessário diferenciar o ócio criativo, um tédio saudável, do tédio crônico e constante, que faz com que a pessoa se sinta dispensável e improdutiva, o que pode desencadear sentimentos de angústia e ansiedade e afetar outras áreas da vida além da profissional. Caso esses sentimentos se tornem crônicos, é importante consultar um psicólogo ou um psiquiatra.

(Imagem ilustrativa/Freepik)

A Síndrome de Boreout costuma acontecer em locais de trabalho que possuem chefes centralizadores – em outros casos, os gerentes sabotam subordinados, o que configura assédio moral. Esse tipo de comportamento pode afetar todo o ambiente de trabalho, e não apenas um indivíduo ou o setor em que ele atua. Porém esse é um quadro que pode ser revertido, quebrando esse ciclo com políticas focadas em gestão de pessoas, baseadas no diálogo e buscando um ambiente de trabalho mais horizontalizado.

Especialistas destacam que é importante que as pessoas que sofrem com a síndrome toquem outros projetos além dos profissionais, ou tenham algum tipo de lazer ou hobby não relacionado com as tarefas que executam na empresa. Manter um bom diálogo com outros empregadores e até conversar com o RH sobre a possibilidade de experimentar trabalhar em outras divisões pode ajudar. 

Para evitar colocar toda a carga nos trabalhadores, as empresas devem dar mais feedbacks e criar ambientes mais participativos e menos hierárquicos.

Da Redação, com agência*

*Com Agência de Notícias

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