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Pesquisa aponta aumento de 66% nas interações de idosos via redes sociais

Idosos se reinventam e se rendem a tecnologia para se manter ativos, e empresas aproveitam o momento para mudar estratégia de relacionamento com mercado em potencial

(Imagem ilustrativa/Freepik)

“Vamos desanimar? Nem pensar, sozinho e juntos! Vamos lá, enquanto houver vida há esperança”, essa é uma das últimas postagens do vovô fitness, o ator Ary Fontoura em sua rede social. Na postagem, que acompanha as hashtags #tamojunto #saúde #alegria #força #vaipassar e #energiapositiva, Fontoura é a prova de que não tem idade para se reinventar.

(Foto: Reprodução/Instagram)
(Foto: Reprodução/Instagram)

Isolados há mais de um ano, longe da família e amigos, buscando novas formas de se manterem ativos durante a pandemia, idosos de diferentes idades estão cada vez mais se rendendo às tecnologias.

O acesso às redes sociais e outras ferramentas de comunicação têm sido um “divertimento” e aprendizado para os vovôs e vovós e isso só é possível graças ao desenvolvimento de novos sistemas e aplicativos que visam a acessibilidade dessa geração.

“Hoje em dia não existe barreira para quem deseja estar na internet. Cada vez mais empresas têm desenvolvido sistemas para facilitar o acesso e a experiência desse “novo” consumidor na internet, o público da terceira idade”, declara o CEO da empresa de tecnologia Codeby, Fellipe Guimarães.

É certo que a pandemia alterou a vida da população mundial. Nada é mais como antes. Se por um lado fomos obrigados a nos isolar, ficar longe da família, dos amigos e da rotina de trabalho, por outro tem sido um momento de reinvenção para todos, independentemente da idade.

A mudança de rotina afetou a todos, porém, foram os idosos os que mais sofreram com o isolamento social. Por outro lado, este foi o grupo que mais surpreendeu. Ao invés de ficar se lamentando ou correndo o risco de entrar em depressão, muitos vovôs e vovós surgiram na internet, motivando ou utilizando o humor como gatilhos de esperança e novas perspectivas.

Um grande exemplo é o ator Ary Fontoura que antes da pandemia registrava 800 seguidores em seu Instagram. Hoje, após um ano de pandemia, já são 2,5 milhões e alguns publiposts de grandes marcas como a companhia aérea Latam e o sabão em pó Omo. O vovô reúne em suas redes sociais, diariamente, postagens divertidas e motivacionais relacionadas à pandemia, e inspiradoras, fortalecendo a imagem de que o idoso não é inútil.

Outro grande exemplo de idosos ativos na internet é a Dona Maria Cardoso, uma senhora de 101 anos, moradora da cidade de Promissão (SP), que viralizou na internet após ter uma foto, segurando um currículo, postada nas redes sociais. Na ocasião, a idosa havia pedido para sua bisneta fazer um currículo e entregar no frigorífico da cidade, para que ela pudesse comprar vinhos e carnes sem depender da ajuda financeira de ninguém.

(Foto: Reprodução/Instagram)
(Foto: Reprodução/Instagram)

A família acatou o pedido da idosa sem levar a sério, porém, um mês depois, Dona Maria foi contratada para ser a nova garota propaganda de uma marca de vinhos e, aos 101 anos de idade, aceitou o cargo de Influencer digital, dando um show de empoderamento.

De olho nesse público, o Kantar Ibope fez uma pesquisa recente que aponta um aumento de cerca de 66% nas interações de idosos via redes sociais, na comparação com os últimos cinco anos. Isso mostra que esse novo consumidor está disponível para viver novas experiências.

Para isso é importante que as empresas estejam dispostas e abertas a investir. “O mercado não está preparado para alguns públicos específicos como a terceira idade ou pessoas com deficiência, mas engana-se quem pensa que ambos mercados são “mornos” ou sem previsão de crescimento, pelo contrário, quem não se adaptar para atender essa demanda vai ficar a ver navios, em breve “, conclui Fellipe Guimarães.

A afirmação do empresário faz todo sentido quando consideramos esse grupo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária, o que representa 13% da população do país, ou seja, um mercado em potencial a ser explorado. Além disso, de acordo com dados do Governo Federal, cerca de 25% da população possui algum grau de deficiência, o que significa quase 50 milhões de pessoas.

Marcas como Lacta, Somm Vinhos, Itaú e Amazon, por exemplo, já perceberam o potencial do mercado e estão investindo em novas estratégias para incluir o público em questão.

(Imagem: Cleiton Thiele)

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(Foto: Divulgação)

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