em

Em dez anos, mais de 660 mil advogados foram aprovados na OAB

Um em cada quatro candidatos precisou prestar o exame por quatro ou mais vezes até passar

(Imagem ilustrativa/Freepik)

Na última década, apenas quatro em cada dez candidatos foram aprovados no Exame de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na primeira tentativa. No mesmo período, foram mais de 3,5 milhões de inscritos, com pouco mais de 1 milhão de participantes presentes no dia da prova e 660 mil advogados aprovados nas 28 edições analisadas pela 4ª edição do estudo “Exame de Ordem em Números”, feito pela OAB (Organização dos Advogados do Brasil) em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Da II edição (2010) até a XXIX edição (2019), cerca de 61% das pessoas inscritas foram aprovadas. Entre elas, 40% tornaram-se advogados já na primeira tentativa, enquanto 22% prestaram a prova mais uma vez e 13% precisaram de três chances. Há, ainda, quem tenha feito o exame mais vezes, como os 25% restantes que participaram quatro vezes ou mais, sendo que 11% deles precisaram refazer a prova seis vezes.

(Imagem ilustrativa/Freepik)
(Imagem ilustrativa/Freepik)

Entretanto, os dados não homogêneos e cada região brasileira possui uma realidade. O Sul é o local com o maior índice de aprovados, com 64,5%, seguido pelo Nordeste, com taxa de 62,8%, e o Sudeste, com 61,4%. As regiões que menos aprovam são Centro-Oeste, com 56,9%, e Norte, com 56,2%.

Ainda mais especificamente, é possível enxergar as taxas por seccional. O destaque desse recorte vai para o Ceará, em que 70% dos inscritos receberam a carteirinha da OAB.  Paraná, com aprovação média de 66%, e Minas Gerais, com 65%, são os próximos da fila. Do lado oposto, aparecem Roraima, Mato Grosso e Amapá, registrando taxa de aprovação média igual ou inferior a 50%.

Apesar disso, a OAB não enxerga o Exame da Ordem como algo que deva ser temeroso. Na visão deles, a prova não é difícil ou complexa; apenas é elaborada seguindo os parâmetros essenciais para atender as exigências de mercado. Para os representantes do órgãos, os alunos deveriam ser preparados para o momento ainda na universidade. Com esses dados, portanto, é possível ver o quão falhas são algumas instituições de Direito no país.

Neste sentido, os maiores índices de aprovação são vistos nas universidades públicas. As melhores citadas são a Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e a USP da capital paulista, que, em 2018 e 2019, foram responsáveis pelas maiores taxas de aprovação – todas acima de 65%.

“O índice de aprovação das universidades públicas é quase o dobro das universidades privadas, e nós temos uma explosão de quase mil cursos a mais de 1995 para cá de faculdades privadas em sua maioria. E, infelizmente, boa parte delas não está acompanhada da devida qualificação”, afirma Felipe Santa Cruz, presidente da OAB. 

(Crédito: Bruno Fonseca/Agência Pública)

São Mateus registra em média um parto de menina de até 14 anos a cada mês

(Foto: Divulgação/Senai Cimatec)

Senai Cimatec já realizou o reparo de 300 respiradores mecânicos na Bahia