Palco da primeira batalha da Guerra de Canudos e passagem de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, a cidade Internacional do bode, Uauá, durante os dias 14 e 16 de novembro foi palco da literatura. A primeira edição da Festa Literária de Uauá – FLIU reuniu autores representativos da literatura regional e nacional no Sertão Baiano.
Com público de mais de 10 mil, entre moradores e visitantes, a festa na sua primeira edição teve números expressivos. Foram 17 artistas no palco da praça principal, 33 nomes divididos nas oito mesas literárias e mais de 50 colaboradores envolvidos.
Quem esteve em Uauá, curtiu encontros literários, shows, teatro, oficinas, artes visuais, filmes e a Fliuzinha, como foi batizada a programação infantil. Paulo Lins, Mariana Bigio, Wilson Freire, Cida Pedrosa, Franklin Martins, Josyara, Lirinha, Bule Bule e Emiliano José são alguns nomes que marcaram presença na programação.
Nesta primeira edição, a FLIU homenageou o professor e historiador Manoel Neto, que recebeu o título de cidadão de Uauá, em reconhecimento ao seu envolvimento com o município e toda a região que foi palco da Guerra de Canudos. Coordenador do Centro de Estudos Euclides da Cunha (CEEC/UNEB), o historiador, poeta, escritor e roteirista são considerados uma das mais respeitadas autoridades acadêmicas da Bahia sobre a temática de Canudos.
Responsável pela curadoria, Maviael Melo, ficou feliz com o resultado positivo. “Fazer uma festa literária numa cidade como Uauá, mesmo tendo a efervescência cultural, o pertencimento nativo que as pessoas têm pela cultura local, apesar disso, a gente fica temeroso, principalmente com público das planárias, que era o que mais nos preocupávamos, mas todas as mesas foram um público bacana, atencioso, o desenrolar das mesas sempre de uma forma muito contextualizada, dinâmica, sem ser muito amarrado e isso demonstra que fizemos as escolhas certas nos nomes das mesas” analisa Maviael.
O artista plástico Bel Borba levou para a Fliu a exposição “O mar virá Sertão”, criada especialmente para o evento. Na Câmara de Vereadores de Uauá, o artista visual reconhecido internacionalmente, fez 16 desenhos em nanquim com água destilada sobre papel Hahnemühler. A mostra abordou a temática da caminhada de Antônio Conselheiro pelos Sertões de Canudos.
A Fliu é uma realização da Uauá projetos criativos e da Prefeitura de Uauá, idealizada por Mércia Beatriz com coordenação e produção de Ellen Ferreira, Lorena Ribeiro e Antônio Nikiel, com curadoria de Maviael Melo.
O evento tem patrocínio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Turismo/Bahiatursa, Secretaria de Desenvolvimento Rural/CAR, Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura/Fundação Pedro Calmon, além do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (COOPERCUC) e do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA).