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Estudantes de Casa Nova (BA) criam projeto que incentiva a valorização da cultura e ancestralidade negra

Para ampliar a discussão sobre preconceitos de gênero e raça, alunas transformam a escola em espaço de compartilhamento de histórias da mulher afro-brasileira

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2018 indicam que 80% da população na Bahia se declara preta ou parda. Ao juntar essa informação às notícias e percepções sobre a discriminação que muitas mulheres negras ainda vivenciam em Casa Nova (BA), estudantes do Centro Educacional Antônio Honorato decidiram agir, criando o projeto “Empoderamento da Mulher Negra”, iniciativa que valoriza a cultura feminina afro-brasileira e tem por objetivo colaborar com o fim do preconceito racial e de gênero na comunidade. A iniciativa foi um dos destaques do Desafio Criativos da Escola de 2018.

Estudantes de Casa Nova (BA) criam projeto que incentiva a valorização da cultura e ancestralidade negra. Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Tudo começou durante uma atividade escolar do projeto regional de Educação Patrimonial e Artística (EPA), que incentiva a observação do território e sua história. Após pesquisarem sobre a opressão que a população negra ainda está exposta (principalmente as mulheres), e sobre a “ditadura da beleza” – que difunde valores estéticos que apagam os traços negros – as garotas entenderam que seria necessário trabalhar a autoestima dessas pessoas para mudar essa situação.

Para contribuir no empoderamento e fortalecer o orgulho dessas mulheres sobre suas raízes e estética afro, as meninas organizaram diversas atividades como desfiles, palestras e oficinas de turbantes. Além disso, elas realizaram dois ensaios fotográficos: um com as próprias alunas e um segundo, que eterniza, em diversas imagens, negras que saíram da invisibilidade social e passaram a ocupar cargos de destaque, inclusive na política estadual baiana.

Estudantes de Casa Nova (BA) criam projeto que incentiva a valorização da cultura e ancestralidade negra. Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O projeto, que começou no ano passado, segue ativo e impactando positivamente o comportamento de muitas estudantes, que reconheceram a beleza e importância de suas identidades raciais. Os registros fotográficos, inclusive, garantiram às jovens o primeiro lugar no concurso do EPA, realizado nas cidades Casa Nova e Juazeiro, onde representaram as escolas públicas do Vale São Francisco. Agora, para seguir essa luta e contribuir, ainda mais, com o fim do preconceito, elas pretendem produzir um clipe que unirá a beleza das negras com a temática sobre o local onde vivem, o sertão baiano.

Em breve: divulgação dos projetos premiados em 2019!

A 5ª edição do Desafio Criativos da Escola, em 2019, recebeu 1443 inscrições de todos os estados do Brasil.A divulgação dos sete projetos selecionados será feita até o fim de agosto, após um grupo de jurados selecionar as experiências que mais se destacaram pelos seguintes critérios: protagonismo, empatia, criatividade e trabalho em equipe. A novidade desta edição fica por conta da premiação deste ano: uma viagem para Roma, na Itália, onde as crianças e jovens premiados participarão da Conferência Global “Eu Posso”, com a presença do Papa Francisco, de artistas e demais lideranças mundiais, em novembro.

Sobre o Instituto Alana
Instituto Alana é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que aposta em programas que buscam a garantia de condições para a vivência plena da infância. Criado em 1994, é mantido pelos rendimentos de um fundo patrimonial desde 2013. Tem como missão “honrar a criança”.

Da Redação, com agência*

*Com Agência de Notícias

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