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Lombadas eletrônicas: 27 anos ajudando a salvar vidas

Primeiro equipamento, instalado em Curitiba, continua em funcionamento

Lombadas eletrônicas: 27 anos ajudando a salvar vidas. Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Um incidente durante um passeio com sua esposa no início da década de 90, fez com que o engenheiro Donald Schause, um dos fundadores da Perkons, buscasse uma solução de frenagem menos abrupta do que as tradicionais “quebra-molas”, lombadas físicas, que estavam pela cidade.

Por mais de um ano ele trabalhou em uma ideia que seria, 27 anos depois, uma das maiores invenções do século com o propósito único de ajudar a evitar acidentes e salvar vidas. Esse ideal estava tão inserido no seu trabalho que ele resolveu deixar a invenção livre de patentes, para que a tecnologia pudesse ser aplicada em qualquer lugar. “Queríamos que a lombada eletrônica ajudasse a salvar vidas, por isso, nada melhor que deixá-la como um benefício para a sociedade, que servisse para conscientizar e para dar segurança, como um instrumento de utilidade pública”, explica Schause.

Depois da criação veio a aplicação prática. A primeira lombada eletrônica ainda está em pleno funcionamento em Curitiba, no Paraná. São 27 anos ininterruptos em funcionamento, desde sua instalação, em 20 de agosto de 1992, na Rua Francisco Derosso, no bairro Xaxim, em frente a uma escola municipal.

De lá para cá, a lombada eletrônica já ajudou a salvar muitas vidas. Um estudo do Ibmec-Rio – Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, realizado nas rodovias federais do Brasil, comprova que a instalação de redutores eletrônicos de velocidade contribui para a redução do número de acidentes e mortes, e cada equipamento evita cerca de três mortes e 34 acidentes por ano.

A experiência brasileira, iniciada por Schause, foi exportada para o Peru,  primeiro país além do Brasil a adotar lombadas eletrônicas para monitoramento de trânsito e para garantir que os veículos trafeguem dentro dos limites de velocidade estabelecidos para a via. Os primeiros equipamentos no país foram instalados em Callao, Região Metropolitana de Lima. Muitos turistas, no caminho para o aeroporto, passam pelos dispositivos eletrônicos até hoje.

Reduzir a velocidade nas vias: eficiência destacada em diversas partes do mundo

Uma análise especial do Senado Federal, chamado “Trânsito, mais rigor para salvar vidas”, destaca que o desempenho dos equipamentos de fiscalização, como a Lombada Eletrônica, foi objeto de análise na Grã-Bretanha pela London School of Economics, uma das mais sérias instituições acadêmicas do mundo. Segundo a publicação do Poder Legislativo, o estudo constatou que equipamentos fizeram os acidentes diminuir em 17% a 39% nos 500 metros à frente do local de instalação dos equipamentos. Do mesmo modo, as mortes diminuíram em 58% a 68%. Os resultados, coletados de 1992 a 2016, referem-se às ocorrências antes e depois da instalação de 2,5 mil dispositivos na Inglaterra, Escócia e no País de Gales.

Nos Estados Unidos, um estudo do Insurance Institute for Highway Safety (IIHS), de abril de 2019, mostra que o aumento dos limites de velocidade no país, nos últimos 25 anos, provocou a morte de 37 mil pessoas. “Cerca de 10 mil pessoas morrem por ano em acidentes relacionados à velocidade”, disse o presidente da IIHS, David Harkey. “Podemos reduzir esse número com medidas eficazes, de alta visibilidade e engenharia de tráfego. Limites de velocidade razoáveis ​​também têm um papel crucial a desempenhar, como nosso estudo demonstra”, explicou.

Das 37.133 pessoas que morreram nas estradas dos EUA em 2017, por exemplo, Harkey estima que 1.934, ou 5%, ainda estaria viva se os limites de velocidade não tivessem mudado no país desde 1993. “Dirigir a 70 km/h ao invés de 65, por exemplo, economiza para o motorista no máximo 6 minutos e meio em uma viagem de 160 km”, disse. “Antes de elevar os limites de velocidade, ou não controlá-los, os legisladores devem considerar se essa economia de tempo potencial vale o risco adicional de perda de vidas”, comentou.

Curiosidade: como funciona a lombada eletrônica

Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons, explica que as lombadas eletrônicas identificam a velocidade através de laços indutivos instalados na pista, que são acionados pela presença do veículo.  Então, um microprocessador recebe os sinais elétricos, calcula a velocidade com alta precisão e a indica no display. “A lombada é um equipamento chamado ostensivo, que conta com um conjunto de sinais luminosos, além do display, para informar aos condutores e pedestres a condição de tráfego do veículo. Ideal para áreas com grande circulação de pedestres e ciclistas, o propósito da lombada é informar ao condutor a sua velocidade e, assim, torná-lo mais consciente acerca da maneira como está trafegando”, conta.

Para saber mais sobre a história da criação da primeira lombada eletrônica assista a um vídeo especial, clicando aqui.

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