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Saiba quais são as pesquisas relacionadas ao mercado de crédito

Levantamento realizado pela FinanZero mostra as principais dúvidas e anseios dos brasileiros na hora de emprestar dinheiro

Opções de crédito para quem está com o nome sujo no mercado estão entre as principais buscas dos brasileiros nos últimos meses. É o que revela os resultados do último Índice FinanZero de Empréstimo (IFE). Segundo os dados levantados pela fintech de crédito, que analisou 3,87 milhões de buscas no Google, a procura por empréstimos pessoais alternativos cresceu consideravelmente no final de 2022 e permanece em alta neste ano. Um exemplo é a modalidade que usa a conta de luz como garantia – as consultas pelo termo aumentaram 250% em relação ao mesmo período do ano anterior.

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Em seguida, o termo “empréstimo pessoal para negativado confiável online”, teve igual aumento de 250% na procura. Ainda segundo o levantamento, o empréstimo com garantia de celular, outra opção para inadimplentes, aumentou 120% em interesse nos últimos 12 meses.

Endividados em busca de crédito

Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), quatro em cada 10 brasileiros adultos (40,05%) estavam inadimplentes até outubro de 2022. A percentagem representa 64,87 milhões de pessoas e é um novo recorde da série histórica do levantamento, realizado há 8 anos.

“O resultado do nosso levantamento reflete muito este cenário. O que sempre alertamos é para o perigo de ir atrás dessas novas opções de crédito sem analisar bem os prós e contras e ver se realmente fazem sentido para a situação da pessoa”, alerta Rodrigo Cezaretto Marques, Chief Operating Officer da FinanZero.

Com a opção de incluir a cobrança na conta de luz, por exemplo, corre-se o risco de ficar sem energia. “Por ser um dos itens básicos, incluir o valor do empréstimo na conta de energia é bem visto aos olhos dos credores, pois há menos chances, teoricamente, de seus clientes se tornarem inadimplentes. Mas nem sempre é este o cenário da realidade brasileira”, explica Cezaretto.

Segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), a maioria dos brasileiros, 72%, deixaram de comprar itens que consumiam para pagar a conta de luz em 2022. O estudo revelou que a conta de energia passou a pesar mais no orçamento de 83% das famílias nos últimos 12 meses. Para 67% dos entrevistados, o boleto virou um dos maiores gastos mensais. Como consequência, 44% dos respondentes deixaram de pagar alguma conta de luz no ano.

Logo atrás do empréstimo na conta de luz, o segundo tema de maior interesse foi o “agiota online”, acumulando 130% de crescimento nas pesquisas. No entanto, atualmente, a prática se enquadra no crime de usura, previsto na Lei 1.521/51. Em seu artigo 4ª, a norma prevê o crime de usura pecuniária ou real, e descreve a conduta delituosa como sendo o ato de cobrar juros, e outros tipos de taxas ou descontos, superiores aos limites legais, ou realizar contrato abusando da situação de necessidade da outra parte para obter lucro excessivo.

Entretanto, já existe uma modalidade de empréstimo legal que possui a mesma premissa: a Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP). A SEP nada mais é que uma pessoa física credora de outra. A modalidade foi aprovada pelo Banco Central em 2018 por meio da resolução nº 4.656, de 26/04/2018, e conta com pelo menos seis fintechs em operação no Brasil.

O empréstimo ocorre por meio de fintechs que funcionam como uma espécie de ponte entre investidores que poupam dinheiro e buscam um retorno financeiro e pessoas e empresas que estão em busca de dinheiro. A negociação é feita totalmente de forma eletrônica. 

Outra modalidade que ascendeu no interesse dos brasileiros é o empréstimo por meio de celular. Algumas fintechs oferecem a modalidade e em caso de atraso no pagamento, bloqueiam o aparelho. 

Para prevenir que o empréstimo seja a causa de um bloqueio de celular, corte de energia ou problemas com credores, Cezaretto indica comparar as empresas que fornecem opções de crédito para negativados, olhando principalmente para as taxas de cada uma e pensar se a garantia daquele empréstimo é algo que ele pode ou não abrir mão no caso de não consiga pagar a fatura.

“A maioria das empresas que oferecem o crédito para negativados, devido ao maior risco de inadimplência deste perfil, coloca uma taxa de juros mais alta. É preciso pesquisar bem para não comprometer uma necessidade básica”, orienta o especialista.

Como dica final, Cezaretto defende o tradicional planejamento de quanto o solicitante dispõe no mês para pagar as parcelas do empréstimo e indica a realização de uma simulação conjunta entre as várias opções disponíveis no mercado. “Hoje existem buscadores de crédito que agregam várias opções de bancos, fintechs e financeiras com um único cadastro”, diz ele, “é uma opção rápida e eficiente para descobrir qual a melhor escolha para o seu bolso e estilo de vida”, completa. 

Amanda Mathias

Colaboradora do Folha Geral - cada publicação é de responsabilidade da autora

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