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Empréstimo para compras atinge maior patamar dos últimos seis meses

Eventos de fim de ano impulsionam procura por empréstimo, mas dívidas ainda lidera entre os principais motivos para a solicitação, com 39%

Com o fim do ano se aproximando, os brasileiros têm buscado ainda mais possibilidades para rendas extras e alternativas que contribuam no orçamento nessa reta final de 2022. É o que aponta o Índice FinanZero de Empréstimos (IFE), que realizou uma pesquisa de intenção com 500 brasileiros conectados à internet, entre os dias 01 e 09 de novembro e revelou um aumento significativo na intenção dos brasileiros entrevistados em solicitar empréstimo para compras.

Segundo a pesquisa, na comparação com maio deste ano, mês que registrou a menor procura (10,1%) nos pedidos de empréstimo para compras, outubro mostrou aumento de mais de nove pontos percentuais na intenção dos brasileiros entrevistados em solicitar empréstimos por tal razão. Trata-se do maior crescimento dos últimos seis meses.

(Fonte: FinanZero com agência Conversion. Entrevista com 500 internautas • 01.11 a 09.11 de 2022)
(Fonte: FinanZero com agência Conversion. Entrevista com 500 internautas • 01.11 a 09.11 de 2022)

Em um cenário de desdobramentos das eleições, Black Friday, Copa do Mundo e, principalmente, Natal e Ano Novo, os últimos meses tendem a movimentar a economia dos brasileiros e impulsioná-los a procurar mais alternativas para ter crédito, o que supõe a intenção de pedido de empréstimo para compras ter se destacado.

“Chegamos na época do ano em que os brasileiros acabam gastando mais. E, neste ano, temos mais um fator que pode influenciar nesses gastos: a Copa do Mundo, em que o planejamento para assistir, preparar a casa e acompanhar os jogos é maior entre a população. Teremos muitas datas comemorativas seguidas e o brasileiro gosta e se dedica a isso”, observa Rodrigo Cezaretto, diretor operacional da FinanZero.

Os gastos de final de ano costumam resultar em muitas despesas para as famílias. Sejam as festividades, férias escolares, viagens e reformas, o brasileiro está acostumado a desembolsar mais nessa época. Porém, visto que outras despesas anteriores somam a essas novas, a solicitação de crédito acaba se tornando uma das opções mais rápidas para que essas aquisições aconteçam. 

Além disso, os pedidos de empréstimo nesse período irão se somar aos pagamentos de 13º das famílias brasileiras empregadas. O último trimestre do ano vem carregado de compromissos que comprometem a renda da população, entre contas e compras planejadas e não planejadas. Segundo um recente estudo feito pela Conversion, agência de SEO, em 2021, 87,75% dos brasileiros pretendiam realizar compras durante a Black Friday, enquanto para este ano, a previsão é de que esse número salte para 96%, refletindo em um aumento de 8%. 

Pedidos de empréstimos para quitar dívidas continuam liderando o ranking

Apesar de as compras terem dado um salto, as dívidas foram o principal motivo para impulsionar o desejo de tomar crédito nos próximos três meses, com 39,3%. Esse número reflete o cenário atual do país, que permanece com acúmulo da inflação, baixo poder de compra, alto índice de inadimplência e de desemprego. Ainda segundo o IFE, a razão foi a única, dentre as onze categorias, que permaneceu em primeiro lugar desde o primeiro mês do ano.

Em segundo lugar ficou investimento, com 27%, como forma de alavancar a renda e ter uma opção extra, seguido por negócio próprio, com 23,6%. É possível supor  que a solicitação para abertura de um negócio pode ter pelo menos duas hipóteses. A primeira, bastante influenciada pela taxa de desemprego, que no último trimestre atingiu 8,7%, de acordo com dados divulgados pelo IBGE, contribui para o significativo crescimento de MEIs cadastrados no Brasil. E também há o aumento do empreendedorismo por necessidade, modalidade em que os trabalhadores enxergam na abertura do negócio próprio uma alternativa para saírem da inadimplência.

Este, diferente do empreendedorismo por oportunidade, faz com que os brasileiros decidam empreender pela falta de oportunidades de emprego, quando não possuem ou precisam complementar a renda, e abrem um negócio com o intuito de obter rendimentos para sobrevivência, subsistência e quitação de dívidas. Mas, para isso, é preciso ter a renda inicial para empreender, o que reflete no aumento dos pedidos de empréstimos.

Ainda, segundo a pesquisa, compras (19,7%), renovação da casa (16,3%) e estudos (12,9%) fecham o TOP 6.

Amanda Mathias

Colaboradora do Folha Geral - cada publicação é de responsabilidade da autora

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