Na primeira entrevista para rádio após sua vitória para o segundo turno, Aécio Neves (PSDB) fez uso de um discurso humilde e tentou apresentar sua imagem como a única opção de mudança possível. “Todas sinalizações apontam para sentimento de mudança, o que nos faz acreditar que se eu conseguir representar esse sentimento, vou vencer. Nesse caso, o Brasil terá um governo que cuida das pessoas, do social e combate a corrupção”, disse o tucano nesta quarta-feira, 8, em conversa com o radialista Mário Kertész, da Metrópole.
O presidenciável disse que sua estratégia é tentar conquistar os votos dos 46,19% dos eleitores que votaram em Marina Silva (PSB) e nos candidatos nanicos. Esse percentual somado aos 33,55% que votaram em Aécio, ultrapassaria o eleitorado de Dilma Rousseff (PT), que foi de 41,59%. Para isso, o candidato argumenta que apenas seu governo traria mudanças reais para o país.
“Minha candidatura e eventual eleição tem mais capacidade de fazer o Brasil crescer e só o crescimento vai permitir mais investimento em educação, segurança e geração de empregos”, disse. O tucano que já tinha dito que teria que tomar medidas duras para controlar a inflação e retomar o crescimento do país, apresentou um discurso mais contido nesta quarta e alegou que as “medidas duras foram tomadas por esse governo (de Dilma). O país não cresce, não gera emprego. O meu governo será de previsibilidade, não será do susto. Vamos manter programas sociais e qualificá-los”.
Apesar de falar dos problemas do cenário atual, Aécio tentou mostrar que está pronto para o desafio de “arrumar a casa”. Mesmo falando dos baixos índices de crescimento, o tucano evitou críticas duras à gestão petista e reconheceu que o governo não “teve apenas equívocos, mas exauriu, chegou cansado na reta final”.
Questionado sobre sua posição em relação ao fim da reeleição, Aécio disse que é a favor de apenas um mandato com cinco anos, mas afirmou que essa “não é uma decisão unilateral do presidente, envolve prefeitos e governadores. A decisão será tomada pelo Congresso Nacional e sabemos que tem grande influência de outros políticos. Não vai ser fácil convencer quem foi eleito agora que não poderá se reeleger. Por isso, a coisa mais sensata, honesta é que essa possibilidade (do fim da reeleição) comece a partir de 2018”.
Esse é um dos pontos cruciais para a ex-senadora Marina Silva (PSB) apoiar o tucano. Ela quer que ele incorpore esse e outros itens do seu programa de governo em troca do apoio.
(*Informações do portal A Tarde)